Uma dose diária de bondade

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

Uma dose diária de bondade

Por

A gente tem falado muito de juventude por aqui. Desta vez, falo dela, mas também da segunda e terceira gerações. Talvez eu já tenha te contado, mas sou trigêmea e nasci em Lajeado. Há 24 anos – e talvez ainda hoje – isso não era muito comum, e logo virou notícia pela cidade.

A vizinhança toda sabia quem eram os pais daquelas três crianças que passeavam pelas ruas nos carrinhos de bebê.

Por muitos anos, as pessoas se referiam a nós três como os trigêmeos. Mas, com o tempo, nossas personalidades foram dando nomes aos nossos rostos.

Ainda assim, onde quer que a gente vá, quando o assunto surge, todos se lembram daqueles trigêmeos que nasceram em 1998.  E, hoje, quando nos reconhecem, gostam de dizer que nos viram nascer.

Este é apenas um exemplo, mas o que tenho notado nas andanças por aí é que as pessoas gostam de encontrar motivos para se conectar. E, por ironia ou não, isso parece ir contra tudo o que vemos sobre as relações humanas nos últimos tempos.

As pessoas estão “só”, e procuram numa lembrança familiar ou numa história em comum, aquele fiozinho que vai ligar sua vida com a do outro e quebrar o gelo ou a dureza de qualquer relação.

Dos mais velhos para os mais novos talvez seja ainda mais comum. Por isso eles gostam de nos contar do tempo que eram jovens. E, por vezes, nós nos sentimos abraçados e encorajados.

Seja numa roda de amigos, no trabalho ou num encontro casual pelas ruas, ser jovem ou ser velho não tem tanta importância quando o assunto é socialização. No fim, todos querem ter feito a diferença e serem lembrados de alguma forma, o que torna a responsabilidade de viver ainda maior.

Talvez demonstrar essa importância da história do outro, mesmo em meio a uma entrevista rápida e já com um pé de volta à redação, seja mais importante do que sair do trabalho no horário certo.

Porque aquelas pessoas talvez também vão lembrar daquele jovem que parou para ouvir suas histórias ou lamentações. Uma dose de bondade diária, que não mede idade ou geração.

Boa leitura!

 


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