Cinco meses de conflito na Ucrânia e os riscos econômicos globais

Opinião

Cíntia Agostini

Cíntia Agostini

Vice-presidente do Codevat

Assuntos e temas do cotidiano

Cinco meses de conflito na Ucrânia e os riscos econômicos globais

Por

Mundo
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Para boa parte de nós, que achávamos que o conflito entre Ucrânia e Rússia terminaria em poucas semanas, infelizmente isso não ocorreu e já se vão cinco meses.

Um período de um conflito intenso em território ucraniano, no qual não temos dados oficiais de número de falecimentos, mas que a Organização das Nações Unidas confirma quase 5 mil mortes de civis, além dos militares russos e ucranianos envolvidos no conflito.

No entanto, passados esses cinco meses parecemos naturalizar o conflito e toda audiência que o mesmo teve no seu início, agora poucas são as situações que se tornam manchetes nos meios de comunicação, enquanto que os analistas internacionais indicam que esse é o conflito de maior impacto global, depois da Segunda Guerra Mundial.

Além daquilo que nos é mais precioso, as vidas, e sem tentar minimizar os impactos destas perdas nessa que é sim uma guerra, os impactos econômicos vão se aprofundando à medida que o tempo passa.

Observados os dois países diretamente envolvidos no conflito, Rússia deverá ter uma variação negativa do PIB de mais de 11% e a Ucrânia deverá ter um recuo neste ano de 2022, mais de 45%. A inflação russa nos últimos 12 meses foi de 18%, enquanto que na Ucrânia foi de quase 14%.

O governo ucraniano calcula que o somatório das diversas perdas da guerra pode ser superior a 600 bilhões de dólares. Agora, esse conflito está e irá influenciar a economia global. São impactos diretos na produção de grãos, pois Rússia e Ucrânia atendem a 30% do consumo mundial de trigo e cevada; na exportação de gás e petróleo russo, principalmente para a Europa; nos preços dos petróleo; nos preços dos fertilizantes produzidos por estes países.

Todos os produtos que estão inflacionados e que, por indisponibilidade dos mesmos ou por recusa de negociação dos países com a Rússia, não existem muitas perspectivas de melhoras no curto prazo.

Como perspectiva, no final da semana passada, um acordo para escoamento da produção de grãos foi confirmado e as tentativas de escoar esses produtos estão ocorrendo, principalmente porque as preocupações estão vinculadas à insegurança alimentar de várias populações, em função da indisponibilidade de grãos para abastecimento da sociedade.

Enfim, cinco meses de mortes e destruição, sem informações confiáveis das tomadas de decisão russa, com pouco otimismo quanto ao término do conflito e com impactos que podem gerar um quadro de baixo crescimento e de até recessão mundial acompanhada de inflação. Esse é o cenário atual deste que é sim o conflito com maior impacto mundial da atualidade.

Por fim, apesar de todo esse cenário negativo, existem perspectivas positivas para os países que são concorrentes das produções russas e ucranianas.

O cenário é positivo quando observamos e buscamos inovações e novas alternativas de produtos e serviços para os que hoje estão em processo de desabastecimento ou alta de preços e os empreendedores que observarem atentamente a esse cenário, podem e devem constituir novas oportunidades para seus negócios no mercado internacional.

Infelizmente vivemos uma guerra, mas temos que observar as oportunidades para construirmos alternativas produtivas, competitivas e sustentáveis para os países e para os negócios.


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