Comunidade reage a furtos em cemitérios

Lajeado

Comunidade reage a furtos em cemitérios

Peças metálicas e outros objetos de sepulturas são visadas por criminosos. Em uma semana, sete casos foram registrados na região. Polícia acredita que valor de mercado desperte o interesse pelos itens

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Comunidade reage a furtos em cemitérios
Furtos no cemitério evangélico do Centro, em Lajeado, motivam instalação de câmaras de monitoramento. Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A diretoria da Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB), de Lajeado, busca alternativas para conter os furtos nos cemitérios do Centro e bairro Florestal. Em menos de um ano, mais de 200 sepulturas foram danificadas. Neste período, um suspeito foi detido e três boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil.

Entre os itens visados pelos criminosos estão os crucifixos, letreiros e demais objetos de metal e bronze. A polícia acredita que o valor de mercado e a facilidade em derreter as peças para vender como sucata atraem a prática. A falta de regulação nos estabelecimentos receptores também é indicado pelas autoridades como entraves para inibir os crimes.

Essa recorrência de furtos nos dois cemitérios da comunidade evangélica motiva o investimento em sistema de monitoramento eletrônico. De acordo com a pastora, Miriam Diefenthaeler, o valor orçado com as câmeras é de R$ 50 mil. “Não sei como vamos pagar, pois é algo que não estava previsto. Até contratamos um vigilante para fazer a ronda, mas, mesmo assim, houve danos nas sepulturas.”

Miriam estima que somente no ano passado, com a violação dos túmulos e furtos no bairro Florestal, o prejuízo supera R$ 30 mil. “Além dos danos nas estruturas é preciso considerar a falta de respeito com a memória das pessoas sepultadas e seus familiares.”

A pastora observa ainda a relevância dos cemitérios no aspecto histórico e cultural. Segundo ela, são espaços que revelam a identidade de um povo. Além de reaver os itens, Miriam entende que é preciso reabilitar as pessoas responsáveis pelos crimes para a inclusão na sociedade.

Sete em uma semana

Essa situação se repete em outras localidades da região. São pelo menos seis cidades e sete cemitérios com registros de furtos esta semana. Em Muçum, o alvo foi a estrutura do município. De acordo com a administração, 30% das lápides tiveram letreiros e outros objetos de metal removidos.

O crime ocorreu após o sistema de iluminação pública ser danificado. O governo fez o registro policial e prepara a manutenção das luminárias para inibir a ação criminosa. Em Arroio do Meio, os cemitérios da comunidade evangélica e católica, no bairro São Caetano, também tiveram cerca de 200 sepulturas danificadas.

Destino do material

Na maioria dos casos os objetos são derretidos e vendidos em sucatas da região. De acordo com o delegado Dinarte Marshall Júnior, titular da Polícia Civil, em Arroio do Meio, a falta de regulação para rastrear a origem dos produtos dificulta o trabalho policial.

“Atuo faz mais de dez anos no Vale do Taquari. Os furtos em cemitérios são recorrentes e agora com a valorização do bronze, por exemplo, desperta ainda mais o interesse dos criminosos. No mercado paralelo chega a valer mais de R$ 20 por quilo”, reitera o delegado.


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