Motoristas de aplicativo cobram regulamentação

LAJEADO

Motoristas de aplicativo cobram regulamentação

Carreata e reunião com o governo marcam início da mobilização dos condutores. Grupo forma associação e estima haver 300 profissionais em atuação no município

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Atualizado terça-feira,
12 de Julho de 2022 às 10:11

Motoristas de aplicativo cobram regulamentação
Grupo de motoristas particulares pretende criar uma associação para facilitar identificação dos prestadores de serviço em Lajeado e na região. Crédito: Filipe Faleiro
Lajeado

Garantias para embarque e desembarque de passageiros no centro sem risco de multas. Essa é uma das cobranças dos motoristas de aplicativos em Lajeado. Junto com isso, uma discussão anterior volta: lei municipal para regulamentar o trabalho de transporte.

O assunto foi debate no parlamento do município ao longo de 2018, quando uma proposta do Executivo foi levada aos vereadores. Sem consenso sobre a constitucionalidade da matéria, sobre os limites e direitos dos trabalhadores, o texto foi retirado antes da votação. Desde então, nenhuma outra tentativa foi feita.

Agora, a cobrança parte dos condutores. A mobilização começou ontem, com uma carreata pelo centro de Lajeado e reunião entre líderes dos motoristas e o Departamento de Trânsito de Lajeado. Uma das representantes, a motorista Cíntia Mayerle, destaca a necessidade de reconhecimento dos trabalhadores perante aos órgãos públicos.

A partir disso, os motoristas também organizam uma associação local, com a presença de todos inscritos em qualquer aplicativo de transporte de passageiros. “A regulamentação é importante para sermos reconhecidos como profissionais. Para podermos trabalhar com mais segurança e liberdade em qualquer ponto da cidade.”

De acordo com o coordenador do Departamento de Trânsito, Vinícius Renner, o pedido dos motoristas vai ao encontro do pensado pelo município. “O que eles querem nós também queremos. É legalizar o trabalho. Dar um rosto ao motorista.”

Sobre o retorno da proposta de lei, Renner informa que o assunto será levado ao prefeito Marcelo Caumo. Essa foi a primeira reunião do grupo com representantes do Executivo.

Embarque e desembarque

Uma das principais críticas dos condutores é quanto aos locais para embarque e desembarque, em especial na área central, nas proximidades do Hospital Bruno Born. As vagas de parada com alerta piscante e no máximo 15 minutos não tem sido respeitadas.

“Eu já fui multada ali. Não havia lugar para estacionar, fui desembarcar com uma senhora idosa. Ajudei ela a entrar no hospital, quando eu voltei, tinha um fiscal e o guincho havia sido chamado”, conta Cíntia.

O pedido dos motoristas é para uma presença mais efetiva dos “azulzinhos”. “Precisamos ter vagas para o embarque e desembarque”, cobra a condutora.

Prioridade para aplicativos locais

Sistemas multinacionais são alvo de críticas pelos condutores, em especial a 99 e a Uber. Além do pouco repasse em termos financeiros, o grupo adverte para a dificuldade de identificar esses prestadores de serviço.
“Vem pessoas de muitas regiões e cidades. Não sabemos quem são. Se acontece algo, prejudica toda a classe”, avalia o motorista de Lajeado, Gabriel Valler. Para o grupo, o ideal seria deixar de prestar o serviços nessas plataformas.

Além do repasse insuficiente ao condutor, há também um direcionamento para a atividade clandestina. “Hoje tem muita gente trabalhando de motorista. Uns andando com carros precários. O que queremos é um regramento, para forçar esse tipo de motorista a se adequar”, diz Valler.

Inspiração que vem de Santa Catarina

A criação da associação dos motoristas particulares na cidade é pensada a partir de experiência feita em Balneário Camboriú. Em 2018, foi fundada a entidade com objetivo de reunir os condutores e e encontrar meios de defender os interesses da classe.

“Buscamos referências e inclusive o nosso futuro presidente vai a Santa Catarina nesta sexta-feira para entender como funciona”, diz Valler. Conforme Éder da Rosa, essa ideia surgiu após um encontro entre diversos prestadores de serviço de transporte.

“Estávamos fazendo corridas que nem cobria o combustível. E temos de pensar em mais situações, na manutenção Cíntia Mayerle, nos pneus. Então surgiu a ideia de criar uma associação para debater melhorias para os motoristas daqui” conta.


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