“Suspender a concessão é manter a infraestrutura regional atrasada”

GOVERNADOR NO VALE

“Suspender a concessão é manter a infraestrutura regional atrasada”

Em visita a Encantado e Estrela, chefe do Executivo gaúcho, Ranolfo Vieira Jr., volta a defender plano de concessões. Também afirma estar aberto ao diálogo para ajustes pontuais na proposta. Maior temor do Piratini é que concorrência não atraia interesse das empresas devido à inflação nos insumos para obras rodoviárias

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“Suspender a concessão é manter a infraestrutura regional atrasada”
Em reunião-almoço, governador detalhou motivos para manter posição de seguir com o plano dos pedágios. Crédito: Filipe Faleiro
Vale do Taquari

Em meio ao desacerto com forças locais sobre o plano de concessões, o governador Ranolfo Vieira Jr., sustenta a necessidade dos investimentos na infraestrutura rodoviária regional.

Ele participou de três compromissos na região. Começou com visita a Dália Alimentos, em Encantado. Em seguida palestrou em Estrela e, por fim, foi até o bairro das Indústrias assinar a ordem de serviços para pavimentação da rua Frederico Markus.

Entre as agendas, o momento de conversa com o público foi em reunião-almoço promovida pela Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (Cacis) do município.

O tema da participação do gestor do Executivo gaúcho era “O RS avança para o futuro”. De fato, se tratava de uma prestação de contas, com as principais medidas e projetos desenvolvidos em quase quatro anos de gestão.

Porém, antes da participação do governador, as conversas paralelas pelas mesas do salão do Estrela Palace Hotel, o assunto preponderante era o plano dos novos pedágios. “Concessão sim. Mas não esse modelo previsto pelo Estado.  A pergunta que faço, a região apresentou uma alternativa?”, pontua o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel.

Entre os prefeitos, um entendimento de que são necessários ajustes. “O Estado tomou uma decisão. Para nós, cabe agora tentar aperfeiçoar alguns pontos”, comenta o gestor de Colinas, presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), Sandro Herrmann.

Dos prefeitos das cidades da parte alta, recém-desfiliados da Amvat, apenas Paulo Lima (Putinga), esteve na reunião-almoço. “Vamos seguir conversando, pois para nós o plano não atende nossas necessidades.”

Neste contexto, após pouco mais de uma hora com apresentação das iniciativas do governo em termos de recuperar a confiança com fornecedores, pagar o funcionalismo em dia e encaminhar reformas estruturantes, o governador Ranolfo Vieira Júnior entrou no assunto concessões.

Uma pergunta e 17 minutos de resposta

No momento da participação do público, restrita para perguntas escritas entregues para assessores do Piratini, todas foram na mesma direção e condensadas em um questionamento: com a falta de consenso regional e a cisão na Amvat, o Estado pode suspender o leilão?
Para responder, o governador levou 17 minutos.

“O ideal seria não existir pedágios. Mas não há poder de investimento. Isso só com a concessão”. Com esse início, pormenorizou a estratégia do Piratini, desde a escolha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer o estudo de modelagem, até a separação dos três blocos e a priorização das obras.

Com relação ao lote regional, com trechos das ERSs 128, 129, 130 e 453, afirmou: “Suspender a concessão é manter a infraestrutura regional atrasada. Temos de fazer acontecer. Se parar, serão mais dez anos perdidos.”

Na explanação Vieira Jr. também afirmou que o Estado mantém o diálogo aberto com os representantes regionais para ajustes pontuais. “Não podemos mais ficar discutindo local de praça.”

Conforme o governador, o edital sugere o ponto de cobrança. A concessionária que vencer pode mudar em até cinco quilômetros em qualquer um dos sentidos, afirma. Ao término da palestra, o governador ainda atendeu os veículos de imprensa

Inflação mundial e o risco de leilão deserto

O edital para 414 quilômetros do bloco 2 foi publicado no início de junho. Pelo cronograma, o vencedor será conhecido após o leilão no dia 1º de setembro. “Teremos um grande teste na próxima semana, com a obra do anel viário em Minas Gerais.”

Conforme o governador, o aumento nos custos da construção e do asfalto no mercado internacional tem inibido a proposta dos investidores. “Editais em São Paulo que têm dado desertos. Há fatores externos que pode fazer com que a concessão não se concretize.”

Em contato prévio com empresas, feito entre maio e junho, a Secretaria Extraordinária de Parcerias recebeu a resposta investidores sobre a modelagem da concessão. Pela estimativa inicial, pelo menos cinco organizações demonstraram interesse em participar do leilão.

No encerramento da visita, governador e o prefeito de Estrela assinaram pavimentação no bairro das Indústrias. Crédito: Jhon Willian Tedeschi


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