Obra completa um ano com quase dez quilômetros prontos

DUPLICAÇÃO DA BR-386

Obra completa um ano com quase dez quilômetros prontos

Trabalhos entre Marques de Souza e Lajeado iniciaram em 1º de julho do ano passado. Concessionária acelera ritmo nas intervenções para entregar os 20,3 quilômetros duplicados até fevereiro de 2023. Líderes destacam ganhos ao Vale com aumento na capacidade de escoamento da rodovia

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Obra completa um ano com quase dez quilômetros prontos
No acesso ao Centro de Marques de Souza, nova pista está pronta, bem como a passarela para travessia de pedestres. Crédito: Aldo Lopes
Vale do Taquari

As obras de duplicação da BR-386 completam um ano nesta sexta-feira, 1º e alcançam uma marca importante dentro do cronograma. Até a próxima semana, será finalizado mais um trecho da rodovia. Com isso, metade dos 20,3 quilômetros da nova pista estará pronta. Agora, as máquinas intensificam os trabalhos em direção a Lajeado.

Quem trafega com frequência pela rodovia, em ambos os sentidos, percebe o quanto o cenário se modificou. Detonações de rochas, escavações, limpeza de terrenos, terraplanagem e alterações no trânsito fazem parte da rotina de quem vive diariamente o avanço da obra. A tendência é que, a partir de fevereiro de 2023, todo o trajeto de Lajeado a Marques de Souza esteja duplicado.

Paralelo a duplicação, outras obras importantes tomam forma na rodovia. As seis novas pontes do trecho estão prontas, bem como uma das quatro passarelas e um dos retornos em nível. O projeto contempla também quatro viadutos, adequações em acessos e 13 quilômetros de vias marginais desde o rio Forqueta até o entroncamento com a ERS-130.

Os cofres dos municípios foram reforçados com repasses referentes ao pagamento de ISSQN e investimentos da CCR ViaSul nos trechos das cidades. “Desde que a obra começou, o recolhimento está na ordem de R$ 4,7 milhões às prefeituras de Lajeado, Marques de Souza e Forquetinha. Isso significa mais recurso em caixa para investir em saúde e educação”, destaca o coordenador de engenharia da CCR ViaSul, Fábio Hirsch.

Canteiro de obras

Os 10 quilômetros ainda sem pista duplicada já recebem intervenções, como limpeza de terreno, terraplanagem, drenagem e pavimentação. Hirsch admite que o ritmo acelerado de trabalhos em Lajeado impacta na rotina da população e pode ocorrer transtornos. Para isso, o trabalho do Centro de Atendimento à Comunidade Lindeira (Cali) 4 Rodas será intensificado.

“Há muita urbanização nesse trecho, com empresas, comércio e indústrias ao lado da rodovia. Em algum momento, vão acabar impactados por conta das obras e as pessoas terão que deslocar seus acessos. Vai haver, sim, interferência e precisamos conviver em conjunto para minimizar o tempo de interrupção ou incômodo por conta da obra”, salienta.

Em Lajeado, ocorreu ontem à noite o içamento das vigas segundo viaduto, nas imediações do bairro Olarias. O primeiro está localizado no acesso à Picada Scherer. Há, ainda, as duas passagens superiores nos bairros Conventos e Montanha. “Todos interligam a cidade de um lado para o outro e contam com passeios de pedestres. São pensados para atender essa mobilidade, pois é um trecho muito urbanizado”.

Hirsch destaca a parceria e integração com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no processo de execução dos trabalhos na rodovia. “Uma obra desta magniude não tem andamento sem esse apoio. Cito o inspetor Paulo Reni, que é um parceiro diário das nossas demandas. Essa interligação é importante para sermos os mais seguros possíveis nas nossas ações”.

Vitrine

Presidente da Associação Comercial e Industrial de Marques de Souza (Acimas), Clério Rohrig considera a duplicação essencial ao futuro do município. Destaca que a obra trouxe um impacto positivo aos setores que a entidade representa, mas é a atração de novos investimentos que mudará o cenário econômico do município.

“Já tivemos a chegada de novas empresas. É fundamental para reter mão de obra no município, pois é a indústria que pode fazer o pessoal ficar, trabalhar e consumir aqui”, salienta. Para Rohrig, a duplicação ajuda também na diversificação da matriz econômica, hoje muito dependente do setor primário. “Esperamos que isso mostre Marques de Souza ao resto do país”.

Empreendedor no município, Douglas da Cunha tem restaurante às margens da rodovia, no quilômetro 334. Apesar das mudanças em deslocamentos e retornos, considera a duplicação um fator importante ao desenvolvimento da região. “Com certeza ficará mais segura. Vai melhorar muito para quem a utiliza diariamente”, pontua.

Mudança de patamar

Maior fluidez, ampliação na capacidade de escoamento e reforço à segurança dos usuários na rodovia. Estes pontos, para o presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, mudam o patamar da BR-386 e do próprio Vale do Taquari a partir da duplicação.

Rosa aponta os ganhos que a obra vai trazer a região e diz que estará de olho no próximo trecho a ser duplicado. “A duplicação reduzirá o custo às empresas com combustível e pneu, o tempo de deslocamento será menor e o risco de acidentes também. Ainda, agrega e viabiliza novos investimentos que antes não aconteciam devido à dificuldade logística”, aponta.

O ritmo acelerado nas obras também é destacado por Rosa e mostra o comprometimento da concessionária em cumprir prazos. “E também há uma preocupação em mediar possíveis conflitos, pois sabemos que uma obra dessas causa alguns transtornos”.

Até 2036, serão duplicados 156 quilômetros da BR-386, entre Lajeado e Carazinho. As obras ocorrem em etapas. O trecho já duplicado da rodovia também será melhorado, enquanto os 5,1 quilômetros de Lajeado a Estrela ganharão uma terceira faixa para aumentar a fluidez da rodovia.

Números da duplicação

Na próxima semana, o trecho da BR-386 entre Marques de Souza e Lajeado alcança a marca de 10 quilômetros já duplicados, o que representa 50% da extensão da obra concluída.  Desde agosto do ano
passado, foram executadas 115 detonações de rochas, a maior parte no trecho de Marques de Souza.

Ao todo, são 24 mil cargas de material de pedra detonadas e removidas para camadas de terraplanagem. Hoje, são 600 trabalhadores atuando nas obras da BR-386, divididos em 21 frentes de trabalho.

ENTREVISTA – Fábio Hirsch, coordenador de engenharia da CCR ViaSul

“No segundo semestre, a BR-386 vai virar um enorme canteiro de obras”

Fábio Hirsch, coordenador de engenharia da CCR ViaSul. Crédito: Mateus Souza

À frente das obras na rodovia, Fábio Hirsch avalia o andamento dos trabalhos até o momento, os próximos passos e faz projeções ao futuro. Destaca as oportunidades que se abrem com a duplicação.

A Hora: As obras na BR-386 avançam, com frentes de trabalho inclusive aos fins de semana. Neste ritmo, deve ser entregue dentro do prazo estabelecido na concessão?

Fábio Hirsch: Se não tivermos nenhum contratempo, como muita chuva ou impasse de frente de serviço, tende sim a terminar em fevereiro do ano que vem. Tivemos o atraso no início, que seria em fevereiro do ano passado, por conta da licença ambiental. Por isso, tivemos a necessidade de alocar mais equipamentos, mão de obra e trabalhar em horários diferenciados. No segundo semestre, a BR vai virar um canteiro de obras e vamos ter um ritmo ainda mais intenso, com a duplicação, a faixa adicional de Lajeado a Estrela e mais as interseções em trechos já duplicados.

AH: Após a finalização da obra entre Lajeado e Marques de Souza, qual o planejamento da CCR ViaSul na duplicação da 386?

Hirsch: O próximo trecho é de Fontoura Xavier até Soledade. Temos 25 quilômetros de duplicação para implantar. Mas no primeiro ano, temos que entregar 65% do trecho. O volume de serviço para esta obra terá que ser maior do que agora. Depois, tem mais 20 quilômetros até Tio Hugo, que devem ficar prontos até 2025. Isso sem contar os investimentos adicionais, na interseção para a Languiru, em Estrela, interseção na ligação entre Montenegro e Triunfo, e mais duas em Nova Santa Rita.

AH: O que representa duplicar uma rodovia tão importante à economia do RS?

Hirsch: Muitas oportunidades serão geradas com a duplicação. Até 2030, por exemplo, teremos uma outra logística. Ir de Porto Alegre a Carazinho vai levar menos de três horas. Um tempo de viagem muito menor do que hoje, com a ligação à capital mais facilitada. A rodovia estará mais segura e preparada ao futuro que vem pela frente. E as cidades tem que aproveitar o momento da obra para estarem preparadas a receber novos investimentos, privados ou públicos.

 

Programação Ao Vivo

Para marcar a marca de um ano do começo das obras na BR-386, a Rádio A Hora 102,9 terá programação especial na manhã de hoje.

O programa “Frente e Verso” será transmitido ao vivo, em live, no acesso à Marques de Souza, na pista nova da rodovia. Na ocasião, Fernando Weiss e Rodrigo Martini entrevistam autoridades, empresários e líderes da comunidade.

Confira o vídeo com imagens que mostram andamento da obra na BR-386


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