Nota da Amvat repercute entre prefeitos do G-18

Discussão no Vale

Nota da Amvat repercute entre prefeitos do G-18

Comunicado sobre a saída de 11 municípios afirma que organização do Consisa e da Amturvales passa por análise. Entre alguns gestores da parte alta, texto foi considerado uma “retaliação” devido à saída

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Nota da Amvat repercute entre prefeitos do G-18
Protesto em 11 de junho marcou o início do movimento de desfiliação dos municípios. Conforme os prefeitos, Amvat teria falhado ao não defender a parte da região mais prejudicada com o plano de concessões do Estado. Crédito: Arquivo/A Hora
Vale do Taquari

Uma ameaça velada, retaliação ou mesmo uma frase fora de contexto. Essas foram algumas das considerações de prefeitos do Grupo dos 18 (G-18) sobre a nota da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat).

A reação ocorreu devido ao último parágrafo. “Por outro lado, (a Amvat) vai analisar a situação dos municípios em outras organizações regionais, como o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Taquari (Consisa) e a Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), que nasceram a partir de discussões dentro da Amvat”, consta no texto.

Essa frase reacendeu o descontentamento dos prefeitos dissidentes com a direção da entidade. “Não precisava. É mais uma situação em que a Amvat bota os pés pelas mãos”, afirma o prefeito de Encantado, Jonas Calvi.

No Grupo dos 18 (G-18), onde estão os 11 municípios que se desvincularam da associação regional, a nota foi considerada como uma ameaça. “Já estávamos com o assunto encerrado. Agora, é muita prepotência dizer que criou o Consisa e a Amturvales”, critica Calvi.

Desde a publicação da nota, perto das 17h dessa terça-feira, até a tarde de ontem, o grupo de gestores se dividam entre críticas e tentativa de acalmar os ânimos. “Acredito que foi algo dito no momento. Foram infelizes na ponderação, mas não podemos responder por agressividade”, acredita o prefeito de Putinga, Paulo Lima.

Para ele, a discussão sobre o Consisa e a Amturvales deve ser feita, tanto em relação ao trabalho das instituições quanto na formação da representatividade nas diretorias. Porém, esse não era o momento. “Temos tempo para fazermos esse debate. Não é algo para agora.”

Os prefeitos da parte alta entregaram em 13 de junho o ofício de saída da Amvat. Do grupo de gestores, 13 estavam associados. Deste total, 11 optaram por deixar a instituição regional. Essa ruptura reduziu para 27 o total de cidades ligadas à entidade.

Em mais de 60 anos de história, essa foi a maior ruptura já enfrentada. Na tarde dessa terça-feira foi confirmada a desfiliação das cidades. Um movimento esperado desde os protestos de 11 de junho nas praças de pedágio de Cruzeiro do Sul e Encantado.

Sem risco de expulsão

Por meio do grupo de prefeitos no whatsApp, as mensagens ia da incredulidade a irritação. “Os colegas perguntavam se isso era verdade, se seríamos retirados dos órgãos. Minha postura foi de apaziguar a situação”, diz o presidente de Anta Gorda, presidente do G-18, Francisco Frighetto.

Em seguida, foi consultar representantes do Consisa. “Confirmei de que não há risco de sermos expulsos. São entidades distintas.”

Hoje o G-18 tem assembleia em Nova Bréscia, conforme Frighetto, entre os assuntos destacam-se a oficialização do grupo como nova associação de municípios e as necessidades de melhorias no Consórcio de Saúde.

“Para mim, a nota é clara”

De acordo com o prefeito de Colinas e presidente da Amvat, Sandro Herrmann, o comunicado não teve o intuito de ameaçar ou gerar novas desavenças. O texto foi elaborado após reunião da diretoria da Amvat, diz. “Citamos as entidades que surgiram a partir da associação dos municípios. O que fizemos foi antecipar uma discussão que vamos ter na próxima assembleia.”

O encontro está pré-agendado para 15 de julho. “Não vamos excluir ninguém. O que vamos fazer é analisar as organizações e os encaminhamentos. Para mim, a nota é clara.” Conforme Herrmann, tanto o Consisa quanto a Amturvales são entidades próprias, com regramentos específicos. Permanecer ligado é uma decisão individual de cada gestor público, frisa.

Saiba mais

O que faz o Consisa

O consórcio é uma forma de cooperação federativa pensada para aprimorar a descentralização de compras e serviços aos municípios. O propósito é organizar o grupo, reduzir custos e garantir compras com menos burocracia.

O Consórcio é de interesse público. Cidades participantes: Anta Gorda; Arvorezinha; Boqueirão do Leão; Canudos do Vale; Coqueiro Baixo; Dois Lajeados; Doutor Ricardo; Encantado; Estrela; Fazenda Vilanova; Forquetinha; Ilópolis; Imigrante; Lajeado; Muçum; Nova Bréscia; Paverama; Poço das Antas; Pouso Novo; Progresso; Putinga; Relvado; Roca Sales; Santa Clara do Sul; São Valentim do Sul; Sério; Teutônia; Vespasiano Corrêa; Westfália.

O que faz a Amturvales

A associação foi criada em 1995 por governos municipais. Quatro anos depois, a iniciativa privada (hotéis, restaurantes, agências de viagens e outras) passou a fazer parte. Há associados tantos no Vale do Taquari quando do Rio Pardo.

A Amturvales tem como objetivos coordenar ações de turismo; estruturar atrativos; desenvolver projetos de integração regional, qualificar empreendedores e divulgar os pontos de visitação.


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