“Enxergo a dança como uma forma  de expressar o que está dentro de nós”

Abre Aspas

“Enxergo a dança como uma forma de expressar o que está dentro de nós”

Duas paixões fazem parte da rotina de Bibiana Fensterseifer, 27. A educadora física de Westfália é proprietária de uma escola de dança e faz parte de um coletivo onde mulheres buscam autoconhecimento. Aliado a isso, o trabalho voluntário no presídio feminino amplia os horizontes para melhorar o mundo ao redor

Por

“Enxergo a dança como uma forma  de expressar o que está dentro de nós”
Crédito: Arquivo Pessoal
Vale do Taquari

Parte do seu trabalho envolve a dança. Conta para nós sobre a sua relação com essa arte, quando surgiu e como você leva para a vida.

A dança está desde sempre na minha vida, porque eu sempre fui uma criança que gostava muito de se expressar. É uma forma de expressão com muita potência, né? Ela é muito intensa, então esse feedback dos aplausos é um êxtase. É uma grande dose de adrenalina e de muitas coisas incríveis.

E a partir dali, a dança sempre esteve presente na minha vida. Hoje eu enxergo a dança no meu trabalho como uma forma de expressar aquilo que está dentro de nós para o mundo. Cada um tem sua forma de expressar e canalizar energia. Para mim a dança sempre foi isso e eu acredito muito que ela seja mágica para muitas pessoas também.

O trabalho com as crianças acaba entrando nessa rotina. Isso se torna um desafio ainda maior?

Me dá uma alegria poder falar das crianças. Nós estávamos em uma caminhada muito desgastante com a oficina de dança e durante a pandemia eu cogitei não dar mais aulas, porque não era algo que estava sendo prazeroso para mim.

Depois de alguns processos internos e de autoconhecimento, com a maternidade inclusive, eu sinto muito a necessidade de estar fazendo isso com as crianças, pensando exatamente no corpo como uma ferramenta de expressar alguma coisa. E quando a gente fala de crianças, elas são portais enormes de energia do que é genuíno, puro, daquilo que o ser humano tem de melhor para entregar no mundo.

Também tem atuação em um espaço para redescobertas, voltado ao público feminino. Qual a bagagem que você leva para essas vivências e o quanto elas te agregam?

Com as mulheres precisamos olhar, reconhecer a história de cada uma, se conectar muito com a sua presença e trabalhar. Essa presença também é um grande desafio nos tempos de hoje, quando a gente se coloca tanto no futuro, né? Ou também se prende muito no passado.

Então trabalhar a presença com mulheres que têm a sua história também é um grande desafio, mas é algo curador. Essa é a palavra, porque quando nós estamos numa roda, é estando simplesmente uma com a outra e eu digo estar de presença, é conseguir olhar para outra com amor, sem julgamento.

O que o voluntariado lhe oferece enquanto pessoa, em todos os âmbitos da vida?

Estar com mulheres no presídio feminino, no projeto Marias, como voluntária, é um dos maiores presentes da minha vida. Ser voluntária vem muito no sentido de que eu tenho algo para entregar, algo a contribuir.

Quando eu entrei e quando eu passei a frequentar esse espaço foi incrível, potente, surpreendente. É um lugar com muito amor. Um lugar que, surpreendentemente, oferece tanto amor e foi um grande presente, porque eu recebi muito mais do que eu entreguei. Eu sinto como se a gente pudesse fazer qualquer coisa no mundo.


Acompanhe nossas redes sociais: WhatsAppInstagram / Facebook

Acompanhe
nossas
redes sociais