A briga entre nós e a lição que ainda não aprendemos

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

A briga entre nós e a lição que ainda não aprendemos

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Feito taquara rachada, a Amvat tem o desafio de se reunificar – mais uma vez – para não perder, ainda mais, o protagonismo político que levou 60 anos para construir. Na parede da sala de reuniões do Conselho de Administração da Cooperativa Dália, em Encantado, um quadro de 0,40×0,40 dá o tom e o norte das discussões: “As soluções nascem quando sentamos ao redor de uma mesa, todos pensando no bem comum e não em si próprio”. A frase é de João Batista Marchese, idealizador da Cosuel, nome que originou a Cooperativa Dália, que esta semana completou 75 anos de história.

A lição de um dos grandes ícones de Encantado e do Vale não serviu para nossos prefeitos. Muito menos para o Estado. A debandada da Amvat, por parte dos municípios que formam o G18, não deixa o Vale mais forte. Pelo contrário, enfraquece. Os prefeitos do G18 têm várias razões para reclamarem, mas não deveriam ter rachado a instituição de 60 anos. É bem verdade que não faltaram alertas e ameaças para esta debandada que veio em meio aos protestos no pedágio, no sábado passado. Ainda assim, não é a solução. Nem haveria de ser.

De que adianta brigarmos entre nós se o alvo é o Estado? Os prefeitos do G18 criaram um fato novo, buscaram uma sensibilidade regional e “chutaram o balde”. A saída da Amvat é uma clara demonstração de insatisfação quanto ao posicionamento da entidade em relação ao projeto das concessões. Uma coisa é certa: o Estado foi habilidoso e ardiloso na condução do processo.

Foi entregando obrinha aqui, verbinha ali, visitinha lá. Aos poucos, desarticulou a classe política regional, o que culminou na rachadura de sábado passado. Agora, é tentar ajuntar os cacos e reconstruir uma unidade. Mas unidade só se constrói quando há interesse de ambos os lados. Não adianta “tapinha nas costas” e pose para fotos se o sorriso não for verdadeiro.

Quanto ao Estado, duvido que volte atrás de sua convicção de publicar o famigerado edital e enfiar goela abaixo o pacote do bloco 2. Duvido que ele esteja se importando com a briga entre nossos prefeitos. Duvido que ele mude de posição só porque brigamos entre nós.

Duvido que ele ouça o G18 se até aqui não ouviu quase ninguém da região. Duvido mesmo, até porque, o Estado sabe, desde o início, como e onde ele quer chegar. Para o governo estadual, a frase de Marchese jamais foi levada a sério, ainda que sustente o contrário.

A propósito

Dia 8 de julho, o governador Ranolfo Vieira Júnior estará em Estrela, para palestrar na reunião almoço da Cacis. Será que teremos mais um encontro para “beijos e abraços” ou aproveitaremos para mostrar o tamanho da insatisfação regional quanto ao projeto dos pedágios?


A volta de quem não foi

Eduardo Leite anunciou na segunda-feira que disputará a reeleição ao governo gaúcho. Além de “comer a palavra” empenhada na campanha eleitoral que o elegeu ao cargo, Leite mostra as razões pelas quais não se afastou do atual governo e continua fazendo sombra ao governador Ranolfo.

Nada tira sua legitimidade em concorrer à reeleição, assim como nada tira a mancha na sua carreira política ao descumprir uma promessa de fazer o contrário. Eduardo Leite é, portanto, a volta de quem não foi.


Dupla dinâmica

Se o Vale do Taquari alcança um patamar de destaque no turismo gaúcho, muito se deve a esta dupla da foto. Tem quem não goste, mas Leandro Arenhart e Rafael Fontana são hoje as duas pessoas mais importantes na articulação do turismo regional.

Atual e ex-presidente da Amturvales, eles são os pais do Trem dos Vales e souberam despertar a iniciativa pública e privada para aproveitarem as oportunidades geradas pelo Cristo Protetor de Encantado.  A foto do colega Rodrigo Gallas, feita nos estúdios da rádio A Hora na última segunda-feira, quando comemoramos o Dia do Turista.


Lendo mais

A venda de jornais, revistas e livros aumentou em 36,1% em março deste ano, se comparado a março de 2021, segundo dados da Associação dos Agentes de Fornecedores de equipamentos para a Indústria Gráfica, a Afeigraf. Conforme o 14º Boletim Econômico publicado pela associação, também houve registro de crescimento de 0,4% nos empregos do segmento, em relação ao mesmo período do ano passado. Ou seja, aos poucos a sociedade percebe, ou volta a perceber, que a tecnologia jamais substituirá a necessidade e o valor da leitura.

Em se tratando de jornal, o A Hora é testemunha real do crescimento nos últimos anos, tanto em leitores quanto em anunciantes. O apocalipse pregado ao jornal décadas atrás não se confirma, mais uma vez. Pelo contrário, o periódico continua sendo o mais confiável em se tratando de fonte de informação.


Cultura das gincanas

Nas palavras do folclórico professor Edelbat Jasper (foto), Colinas despertou para seu processo de emancipação durante uma Gincana, realizada no início dos anos 90. Agora, 30 anos depois, o município volta a organizar uma gincana, com possibilidade de participarem equipes de toda a região. O dado só reforça a cultura “gincaneira” impregnada no Vale do Taquari.


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