Aumento, subsídio e inovação

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Aumento, subsídio e inovação

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Nos próximos dias, o governo de Estrela vai efetivar um novo reajuste na tarifa do transporte coletivo público e urbano. O preço da passagem aumenta de R$ 3,50 para R$ 4,70, um aumento de 34%. Mesmo que a correção se justifique diante da alta dos insumos e eventual defasagem no valor cobrado do usuário, a medida causa um impacto forte para quem vive tempos difíceis no âmbito econômico.

Além disso, é um impacto que tende a desestimular ainda mais o uso do serviço por parte dos estrelenses. Diante do quadro, é preciso inovar. A empresa alega muitas dificuldades. Além das gratuidades (ou “meia gratuidade”) exigidas no contrato, dos aumentos de insumo, da paixão do brasileiro pelos carros e dos necessários reajustes salariais dos trabalhadores, a concessionária também precisa se contentar com um reajuste saudável para a população.

Ela não vai ganhar os mais de R$ 6 exigidos. Logo, e mesmo com o reajuste de 34%, os problemas tendem a continuar no caixa. E qual a solução para evitar o colapso deste importante serviço público? A resposta é simples: subsídios.

Muitos países de primeiro mundo tratam há anos e com muita naturalidade os subsídios garantidos às empresas que prestam este mesmo serviço. Em diversas nações europeias, a média de subsídios ultrapassa o índice de 50% do valor real da tarifa, e certas nações chegam a custear 70% da passagem, seja por meio de recurso direto do caixa do governo, ou por outras fontes de renda. No Brasil, a média é de 24,7%, com destaque São Paulo, com um índice de 47% há mais de dez anos.

Em âmbito regional, Lajeado iniciou um modelo discreto em meio à pandemia, mesmo com críticas por parte de alguns setores mais liberais da economia. Em Estrela, a tendência deve se repetir em breve. A Secretaria de Administração e Segurança Pública já ventila a possibilidade, como forma de evitar um novo reajuste logo ali em 2023. Se assim o fizer, o governo municipal evita que o serviço sofra mais perdas no número de usuários. O desafio é encontrar formas de angariar recursos para esse custeio, sem prejudicar outros serviços. Ou seja, é preciso inovar.


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