O que esperam de nós?

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

O que esperam de nós?

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Alguém sabe o que é a perfeição? A resposta mais ousada, talvez, seja dizer que ela simplesmente não existe. A perfeição é uma ilusão que, na maior parte das vezes, nos traz cobranças e nos decepciona.

Mas ela sozinha não tem esse poder. O problema são as expectativas que criamos para essa tal de perfeição. E não só para ela. Mas para tantas pessoas, momentos e lugares. Por outro lado, também carregamos as expectativas dos outros. E aí, pensamos muito mais antes de falar ou fazer qualquer coisa.

Cuidamos com as nossas opiniões e, muitas vezes, mudamos elas só para agradar o outro. Quando algo muito grandioso acontece, achamos que precisamos achar algo sobre isso, mesmo que não seja natural.

Numa era de redes sociais, esse “outro” exige que a gente poste tudo a todo momento para que ninguém se esqueça de nós. Mas nem as nossas próprias postagens podem ser no nosso tempo. Se postar no horário errado, o engajamento é menor. E aí, o que os outros vão pensar?

Quantas vezes não nos perguntamos por que tanta preocupação? A resposta não tem tanto mistério assim. Todo mundo quer ser gostado. Ponto final. Por isso a gente cuida tanto e tem tanto medo de mostrar quem somos por inteiro. Vai que um pedacinho de nós desagrada alguém?

Ouvindo um podcast que gosto mundo, de uma jornalista conhecida, ela fala sobre o assunto. E, quando se pergunta quem são esses “outros”, percebe que nós também somos os outros de alguém. Da mesma forma que nos cobram com suas expectativas, as nossas próprias expectativas também podem ser o peso carregado por alguém.

Nisso tudo, ainda existem as expectativas que criamos para nós mesmos. Lembra daquela perfeição? Por algum motivo, queremos segui-la. Mesmo que ninguém dê a mínima para os nossos pequenos ou grandes defeitos. Ninguém nos cobra, mas a gente sim.

E nesse complexo de atender as expectativas dos outros e as nossas próprias, a gente se perde e sente que nunca vamos agradar ninguém. Talvez isso seja verdade. Mas não temos culpa do que o outro criou sobre nós. Assim como eles não têm culpa do que criamos sobre eles. No fim, é uma questão até bastante simples, só temos que saber o que queremos: atender as expectativas ou sermos o que somos. Eu voto na segunda opção.


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