Três ameaças

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

Três ameaças

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O Vale que produz alimentos tem sido pauta de algumas iniciativas que julgo centrais no desenvolvimento de nossas ações regionais. Estou certo que reside aqui, senão a grande, uma das mais exponenciais vocações da nossa gente.

Temos paixão em criar, cultivar, prazer em colher e habilidades ímpares para transformar com qualidade, excelência e inovação. A exemplo, o Arranjo Produtivo Local Alimentos e Bebidas Vale do Taquari ganhou estruturação. A edição da Jornada da Alimentação que aconteceu nos últimos dias de abril, em Lajeado, colocou todo o Vale em evidência diante dos grandes players brasileiros.

Dito isso, trato de uma temática que é central: o agro brasileiro está repleto de oportunidades. De todas as ordens, de várias formas. Isso sempre foi e seguirá sendo a melhor notícia, afinal falamos de quem produz alimento. E haja alimento: em 6 anos o Brasil terá necessidade de, pelo menos, mais 40% de comida para suprir o mercado interno.

Seguimos em guerra. Nossa segurança física está em risco. Essa primeira ameaça é terrível porque é desumana. Nos impacta uma vez que a Ucrânia, uma das nações envolvidas, é grande fornecedora de insumos para a produção de alimentos.

A segurança digital, por sua vez, é pauta desafiadora. Bilhões são roubados eletronicamente, também de quem produz, beneficia, transporta e comercializa alimento. Isso significa comida mais cara na mesa do trabalhador! Os crimes cibernéticos vinculados ao mercado financeiro crescem, em média, assustadores 30% ao ano.

E não menos importante, a segurança alimentar é condição para nosso desenvolvimento. O mundo passou a perceber que comida não nasce em supermercado, que dinheiro no bolso sem disponibilidade de alimentos derruba governos e que vinculada ao emprego, comida sintoniza as pessoas com o desenvolvimento de suas comunidades.

Diante das três ameaças, quais são as boas notícias então? Em 1970, a produção média de alimentos era de aproximados uma tonelada por hectare; em 2022, estimamos ser quatro toneladas. Falamos aqui de muita pesquisa, da consequente tecnologia embarcada em sementes, fertilizantes e insumos que pouparam 200 milhões de hectares neste período. Um pouco para mais ou menos, buscamos um incremento de 500 milhões de grãos em dez anos. Quando o assunto é proteína alimentar, lideramos os rankings mundiais com inovação. E outra boa notícia: haverá espaço no campo uma vez que a tecnologia nos proporciona manejos em formatos menos extensivos, áreas essas que servirão para outras finalidades.

É certo afirmar que muitas outras frentes se desdobram por aí. A mensagem que compartilho é de atenção à nossa vocação, é de consideração àqueles que estão a se demover pela causa. É de atenção no que diz respeito à segurança alimentar, que nada mais é do que a quantidade de comida para saciar a fome. De segurança do alimento, naquilo que faz referência à rastreabilidade, ao como, onde, de que forma e em que condições de trabalho é organizado. E, não menos importante, à sustentabilidade que, igualmente à produção, está no olhar do consumidor. Para onde vão os dejetos? Como são tratados? Que circunstâncias envolvem a cadeia?

Os dados que compartilho, bem como o entusiasmo, positividade e a crença dos aspectos do texto têm como inspiração Paulo Herrmann, uma liderança que dedica sua vida ao agro. Ao leitor, recomendo procurá-lo nas redes sociais. Vale a pena.


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