Pós-enchente aumenta a preocupação com a dengue

SAÚDE

Pós-enchente aumenta a preocupação com a dengue

Quando nível da água baixar e a chuva parar, vigilância ambiental alerta para chance de aumento na proliferação dos focos do mosquito transmissor. Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que região se aproxima dos 3 mil casos confirmados da doença

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Atualizado terça-feira,
10 de Maio de 2022 às 08:53

Pós-enchente aumenta a preocupação com a dengue
Lajeado conta com 10 agentes para a fiscalização. Câmara de vereadores aprovou a contratação de mais servidores. A partir da próxima semana, dobra o total de funcionários para visitas nos bairros (Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

O excesso de chuva dos últimos dias e a consequente cheia dos mananciais geram preocupação para os municípios. No momento em que a água baixar, a tendência é para maior proliferação do mosquito transmissor da doença.

Conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, a bióloga Catiana Lanius, as condições quando a chuva parar fazem com que haja mais disponibilidade de criadouros. “As chuvas favorecem o aumento da população do mosquito Aedes aegypti, pois aumentam a oferta de criadouros para as fêmeas colocarem ovos e ao mesmo tempo, os ovos já colocados há semanas ou meses, entram em contato com a água e podem dar origem a novos mosquitos.”

Desta forma, diz Catiana, no período posterior as chuvas, devem ser redobrados os cuidados, com uma vistoria criteriosa no pátio para eliminar todo e qualquer deposito de água parada.

De acordo com ela, o município verifica redução no número de contágios nos últimos 15 dias. “Daqui a uma semana, se não formos efetivos na eliminação dos criadouros, podemos ter uma nova alta na transmissão da dengue.”

Em termos regionais, na área de atuação da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) são mais de 2,9 mil casos confirmados da doença. Deste total, 89% são autóctones (transmissão interna). De acordo com o relatório da Secretaria Estadual de Saúde (SES), os casos de dengue são notificados em todos os meses do ano, com aumento durante a sazonalidade da doença, entre os meses de novembro a maio.

Pelo acompanhamento do portal InfoDengue, mantido pela Fundação Getúlio Vargas e pela Fiocruz, a Região Sul do país é uma das principais áreas de atenção neste ano, tanto que o Ministério da Saúde aponta para um grande risco do país enfrentar uma epidemia de dengue neste ano.

Reforço na fiscalização

Lajeado é a cidade com o maior número de contágios na região. Conforme boletim do município atualizado ontem, são 2.286 pessoas contaminadas pela dengue, o que representa mais de 2% da população local.

A vigilância ambiental conta com dez servidores para o serviço de fiscalização nos bairros. Conforme Catiana, mais dez trabalhadores começam a atuar na próxima semana. “Teremos um reforço importante para fortalecermos a visita nas residências.”

Quatro estratégias estão no centro do combate contra o transmissor da dengue. Começa na identificação das áreas de transmissão do vírus , por meio das notificações das unidades de atendimento aos pacientes. Em seguida, os agentes de combate às endemias e agentes comunitários de saúde visitam os locais com mais incidência para repassar as orientações e eliminar os criadouros. Por fim, parte-se para aplicação de inseticida para o combate ao mosquito adulto.

Ainda assim, a principal forma de evitar os contágios, diz Catiana, é evitar que o mosquito nasça. “Na maioria das vezes, o mosquito está abrigado dentro de casa. No vaso de plantas, no pote dos animais domésticos, nos ralos e calhas. Então o cuidado diário é fundamental”, adverte.

Trabalho após decreto

Lajeado entrou em emergência devido ao surto de dengue. A principal mudança é a possibilidade dos agentes de endemias entrarem em imóveis públicos e privados para verificar a presença de focos do vetor.

“Até o momento, não precisamos fazer nenhuma entrada forçada. Temos contatado os proprietários dos imóveis e estamos fazendo as fiscalizações com tranquilidade.”

Mesmo em casos de denúncias, quando um morador avisa sobre a possibilidade de um viveiro de mosquito em áreas e imóveis sem habitantes, tem se conseguido fazer o trabalho. “Pegamos o telefone pelo cadastro e contatamos o proprietário.”

Em um destes casos, no bairro Americano, moradores informam sobre uma casa com piscina. Foi colocada uma lona e sobre ela há acúmulo de água. “O proprietário faz a limpeza. Mas só quando a fiscalização faz o contato. Esse é um caso que foi levado à vigilância sanitária e que está em vias de virar uma autuação.”

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