Ouvir estudantes e empresários para conhecer as necessidades em termos de qualificação, área de trabalho e expectativas de ambos os públicos para o futuro. Nesta base se sustenta a pesquisa “RUMO”.
Coordenador do estudo, o economista e professor universitário aposentado, Lucildo Ahlert, desenvolveu um método específico para o Vale do Taquari. “Nosso objetivo é conhecer as preocupações e propor soluções”, diz.
FAÇA SUA INSCRIÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DO PROJETO RUMO
Para chegar no formato, o primeiro passo foi entrevistar empresários. Nestas conversas surgiram as questões fundamentais para formatação estatística. Na prática, a “RUMO” traz consigo três linhas de pesquisa: qualitativa (entrevistas com 29 empresários) e quantitativa com diretores e donos de negócios (206 questionários respondidos), por fim com os 604 alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Médio.
Nestes dois públicos, mais contrastes do que conexões. Para Ahlert, na maioria das escolas ainda há um direcionamento dos jovens para prepará-lo ao vestibular. “Para os alunos, parece que a vida só começa depois dos estudos. Só depois do Ensino Médio é que vão pensar no que fazer.”
Por parte dos empresários, também percebe uma certa distância em compreender e se comunicar com as novas gerações. “É preciso ver aspectos positivos mesmo na dificuldade. Encontrar soluções para atrair os talentos e fazerem com se sigam na empresa.”
Os detalhes presentes na pesquisa trazem um cenário preocupante, ressalta Ahlert. Na avaliação dele, é preciso antecipar a preparação do jovem para o mundo do trabalho. “Os jovens se formam com muitas dúvidas. Talvez uma formação técnica concomitante faça com que eles tenham mais clareza.
Diversas conclusões para um objetivo
Diante da amplitude das informações presentes no estudo “RUMO”, o pesquisador aponta algumas linhas centrais possíveis para interpretar o material. A começar pelo sistema de ensino, junto com a relação professor\aluno.
“Há uma carência na escola em auxiliar o jovem a conhecer suas aptidões. Ele precisa experimentar, errar e acertar. Neste processo, o professor é muito importante. É ele que vai indicar os caminhos, ajudar esse aluno a se conhecer.”
Como referência, lembra de instituições em áreas rurais, com metodologias de aprender pelas experiências. “Só o conhecimento teórico não cria envolvimento. O aluno diz que a aula é chata porque não encontra significado na vida com aquilo que está aprendendo.”
O pesquisador chama atenção para as respostas do aluno à respeito das avaliações. Conforme Ahlert, os estudantes destacam a atuação daqueles professores que ajudam a apontar potenciais e carências. “Mestres com empatia, que ajudam o aluno a ver seus erros, são os mais desejados pelos alunos.”
Empresas abertas para inovar
Conhecer as características locais, o perfil da mão de obra e as aptidões das equipes são conceitos fundamentais os negócios. Estes três apontamentos, na avaliação de Ahlert, servem como um norte para gestores, diretores e proprietários das empresas.
Uma das experiências desenvolvidas chamou atenção do pesquisador. “Um empresário de São Paulo chegou na região. A ideia dele era contratar só pessoas com experiência. Precisava de trabalhadores para contato com o público. Quando começou a seleção, não tinha esse tipo de mão de obra.”
FAÇA SUA INSCRIÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DO PROJETO RUMO
Foi por meio da observação dos candidatos, da faixa etária, dos gostos e preferências desse público, encontrou um formato para facilitar o treinamento dos trabalhadores.
Detalhes sobre a construção dos questionários
- A entrevista com 29 empreendedores serviu de base para elaboração das perguntas à parte quantitativa do estudo;
- Foram selecionadas empresas de diferentes setores, incluindo indústria, comércio, construção civil e serviços;
- A análise considerou também o porte de cada empresa, de 500 até 8 funcionários;
- As entrevistas ocorreram do dia 1º de outubro até 27 de dezembro de 2021.
Acompanhe nossas redes sociais: WhatsApp / Instagram / Facebook.