Lajeado confirma 1º óbito por dengue e se aproxima dos dois mil casos

SAÚDE

Lajeado confirma 1º óbito por dengue e se aproxima dos dois mil casos

Adolescente de 13 anos morreu no dia 17, mas resultado positivo foi confirmado ontem pelo Laboratório Central do Estado. Outros três casos suspeitos aguardam análise. Testes rápidos se esgotam na UPA. RS decreta alerta máximo

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Atualizado terça-feira,
10 de Abril de 2022 às 08:54

Lajeado confirma 1º óbito por dengue e se aproxima dos dois mil casos
Secretaria de Saúde colocou cartazes na UPA com recado sobre a falta de testes para a dengue

Com pouco mais de 1,8 mil casos confirmados de dengue desde o início do ano, Lajeado registrou, ontem, o primeiro óbito desde que surgiram as primeiras contaminações pela doença na história do município. A vítima é um adolescente de 13 anos. A morte ocorreu no dia 17, mas a confirmação ocorreu somente após resultado positivo informado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).

O fato ocorre em meio a um momento crítico da doença na cidade, que obrigou o governo municipal a tomar medidas mais drásticas no combate ao mosquito transmissor. O decreto de emergência, publicado ainda na terça-feira, possibilita, entre outras coisas, a contratação de profissionais por tempo determinado, sem necessidade de processo seletivo.

Além do óbito confirmado por dengue, há outras três mortes de pacientes lajeadenses em análise, segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi. Os resultados devem sair nos próximos dias.

“Este menino foi o primeiro a ser confirmado, tendo em vista a liberação do laudo via Lacen. Já havia um primeiro exame do Hospital Bruno Born confirmando, mas faltava também do Estado”, frisa. Há dois testes em discussão com a equipe técnica do Estado, enquanto outro aguarda resultado de sorologia via Lacen.

Juliana lembra que o município faz a investigação epidemiológica dos casos e encaminha todos os dados à equipe técnica do Estado. “Ela não precisa ter diagnóstico laboratorial. Em situação de casos graves, é sempre preferível, sim, ter amostras. Mas o diagnóstico pode ser feito de forma clínica pelos médicos que atenderem o paciente”.

Agravamento da doença

De acordo com Juliana, em torno de 20 pacientes contaminados pela doença tiveram que fazer medicação intravenosa e necessitaram de internação hospitalar. Ela reforça que não existe uma característica semelhante dos casos confirmados de Lajeado, e que qualquer pessoa pode chegar à fase crítica da dengue.

“Alguns pacientes tem maior probabilidade de evoluir à forma grave, como diabéticos, hipertensos e idosos, mas isso pode ocorrer com qualquer um”, comenta. A orientação é que pessoas busquem atendimento médico já mediante febre alta, que é um dos principais sintomas de dengue, presente em mais de 90% dos casos.

Sem comorbidades

A primeira vítima de dengue em Lajeado apresentou os primeiros sintomas da doença cerca de uma semana ante. No dia 16, buscou atendimento no Hospital Bruno Born e foi internado. No HBB, foi coletado o teste sorológico e ele veio a falecer na madrugada seguinte. O resultado, que saiu após a morte, foi positivo e informado pelo Lacen.

O adolescente não teve a identidade divulgada. Conforme a Vigilância Epidemiológica, ele não tinha uma outra doença de base conhecida. Entre os óbitos suspeitos, um deles tinha histórico de hipertensão e obesidade, enquanto os demais não tinham comorbidade associada.

Falta de testes

Ontem à tarde, a movimentação era grande na UPA de Lajeado, no bairro Moinhos D’Água. E, devido à intensa procura nas últimas semanas, os testes rápidos para identificar a doença se esgotaram.

Um recado foi colocado pela Secretaria Municipal de Saúde na porta de entrada da unidade informando a ausência. A situação de falta de testes ocorre em todo o território nacional. Segundo Juliana, as distribuidoras não foram abastecidas, e isso afeta os municípios. Por isso, a orientação é que o diagnóstico ocorra de forma clínica, enquanto os casos graves são encaminhados à sorologia.

Sinais mais comuns da doença

– Febre alta e repetina, acima dos 38°C;
– Dores pelo corpo;
– Dor de cabeça;
– Dor atrás dos olhos;
– Manchas vermelhas na pele;
– Náuseas e vômitos;
– Ausência de sintomas respiratórios.

ALERTA MÁXIMO NO RS

Ontem, a Secretaria Estadual de Saúde decretou alerta máximo para a dengue. Conforme a nota divulgada, 89% dos municípios gaúchos tem infestação do Aedes aegypti. Ainda, 85% dos casos confirmados da doença estão concentrados em 24 municípios. Ao todo, o RS soma 12 óbitos, o maior número já registrado em um ano.


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