“Os quadros me fizeram manter a esperança por dias melhores”

ABRE ASPAS

“Os quadros me fizeram manter a esperança por dias melhores”

Morador de Arroio do Meio, o professor de Filosofia Juliano Daitx, 38, sempre gostou de música, arte e arquitetura. Mas foi durante a pandemia, ao lado da filha Flora, de 3 anos, que ele começou a produzir. No mês de abril, o trabalho feito com partes de móveis e madeira descartada será exposto no Sesc Lajeado com o nome “+ Jazz”

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“Os quadros me fizeram manter a esperança por dias melhores”

Como você define a sua arte?
Eu entendo a arte como história. Onde passado, presente e futuro formam uma coisa só. Me dedico a aprender e a ensiná-la como um constante processo vital de criação e inovação do cotidiano. Vejo conexões profundas e duradouras em diversos artistas de diversas tendências. Tudo me encanta na arte. Ela é como a natureza, está em todos os lugares.

Meus trabalhos refletem essa pluralidade de influências. O período da pandemia só fez aumentar minha ligação com o mundo e com tudo que me rodeia. Inclusive o lixo, lugar esse de onde retiro os materiais que uso em minhas obras.

Quais são esses materiais utilizados?
Trabalho com partes de móveis, utilizo madeira descartada, principalmente. Minha arte consiste em resgatá-las para o mundo das cores, formas e improvisos que compõem a arte. Utilizo tinta guache e quase nenhuma outra coisa além do que aquilo que antes seria abandonado, esquecido e liquidado. Essas coisas retornam, agora, sob uma outra forma estética para agradar os olhos e despertar a imaginação. A arte renova o mundo

Quais são as suas inspirações?
Minha inspiração vem do meu dia a dia. Minha carreira como professor de Filosofia, minha vida em família. Minhas relações me inspiram mais do que artistas e tendências do mundo e da história da arte. Durante a pandemia meus quadros foram uma forma de me conectar com as pessoas e manter a esperança por dias melhores. Estar 24 horas com minha filha me levou a ter que ser criativo e muito produtivo.

Para atender a paternidade, acabei por transformar nossa casa num pequeno espaço de arte e imaginação. E foi quando a produção que estará em exposição no Sesc começou. Minha filha é a máxima inspiração e também o processo de criação, pois pintamos os quadros como se estivéssemos brincando.

Quantas obras vai expor no Sesc?
Aproximadamente 20 trabalhos. Em dezembro meu trabalho foi exposto na Casa de Cultura de Lajeado. Como o processo de produção não parou, teremos quadros novos no Sesc.

Como começou a sua história com a arte e o que fez se interessar pela área?
Desde sempre sou interessado em arte. Na minha casa sempre teve muita música, filmes e como meu pai foi construtor, arquitetura. Então sempre percebi o mundo através de suas múltiplas formas e texturas. Mas demorou até a paternidade e a pandemia para que eu produzisse. Esses fatores me levaram a mudar e ressignificar a arte na minha vida. Comecei a pesquisar e a conhecer melhor esse universo. A partir disso, muitas oportunidades apareceram.


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