Mais um mês de março chegando…

Opinião

Elisabete Barreto Müller

Elisabete Barreto Müller

Professora universitária e delegada aposentada

Mais um mês de março chegando…

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Já fui muito questionada se, realmente, é necessário ter uma data estipulada e um mês para homenagear as mulheres. Sempre tenho dito que precisamos aproveitar todas as oportunidades para marcar as conquistas, honrar as mulheres que nos antecederam e avaliar o que falta para atingir a tão almejada equidade. O mês de março, portanto, está aí para isso, assim como todos os outros dias do ano. Não se trata de homenagem, mas de reconhecimento de que somos merecedoras de respeito e valor.

A própria origem do 8 de março nos remete à luta social e política. A data não foi escolhida por simbolizar firulas. E, trazendo a simbologia da data para a atualidade, temos muito ainda a buscar para uma sociedade justa e solidária, em que as mulheres tenham seus direitos humanos garantidos.

Vamos refletir em conjunto:

Quantas piadas machistas ouvimos nos últimos tempos? Rimos ou rechaçamos?

Quais as cobranças que foram feitas com relação aos corpos das mulheres e/ou que nos objetificaram: está gorda, deveria pintar as unhas, vai deixar o cabelo branco, tem celulite, está com rugas, por que não tem namorado, ainda não teve filho, vai ter mais um filho?

Se somos tantas, por que há poucas mulheres na política?

Temos indignação com o preconceito em relação às mulheres negras, indígenas, trans, pobres, migrantes, com deficiência? Combatemos a misoginia?

Quando ficamos felizes com as notícias sobre a primeira mulher a assumir a presidência do TJ-RS, sobre a posse de reitoras em universidades ou sobre a seleção feminina de futebol dos EUA passar a ter a mesma remuneração que o time masculino, nos questionamos por que isso aconteceu tão recentemente?

Por que temos altos índices de feminicídio, estupro, assédio e tantas outras violências contra as mulheres no Brasil? E como uma vítima de estupro é condenada a 100 chibatadas e prisão no Catar? Que mundo é este?

Enquanto houver mulheres sofrendo violência e sendo discriminadas por sua condição de mulher, oprimidas pelo patriarcado, sim, vamos marcar o mês de março com nossas lutas e também com nossas conquistas! E seguiremos fazendo isso o ano inteiro!

Aqui no Vale, vamos celebrar que temos uma rede consolidada de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher em Lajeado (e que inspira outros municípios), que temos conselhos da mulher em várias cidades e formação de grupos reflexivos de gênero, que temos a Casa de Passagem, a Associação Marinês, o Projeto de Extensão Maria da Penha na Univates e tantas outras iniciativas que buscam o empoderamento das mulheres.

Continuaremos planejando ações e agindo por um mundo melhor. Vem com a gente!


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