Municípios do Vale se mobilizam para evitar novo surto de dengue

Saúde

Municípios do Vale se mobilizam para evitar novo surto de dengue

Focos do Aedes Aegypti foram encontrados por diversas cidades da região. No entanto, houve dois casos de dengue autóctones

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Atualizado terça-feira,
10 de Fevereiro de 2022 às 09:11

Municípios do Vale se mobilizam para evitar novo surto de dengue
(Bianca Mallmann/Arquivo A Hora)

A diferente do ano passado, a situação da doença na região parece estar controlada. Apenas três municípios registram casos suspeitos e dois confirmados. Porém, as vigilâncias epidemiológicas continuam monitorando os focos do mosquito Aedes Aegypti.
Por meio de panfletos, informativos e veiculação nas mídias regionais, as administrações municipais buscam a conscientização da população. A comunidade deve olhar os quintais e jardins paraeliminar possíveis criadouros.

A bióloga e coordenadora do setor de Vigilância em Saúde Ambiental da secretaria de Saúde de Lajeado, Catiana Lanius, explica que as ações de prevenção são feitas durante todo o ano porém, com maior foco de novembro a maio. “Neste período, as condições ambientais são mais propícias para o desenvolvimento dos ovos do mosquito”, esclarece.

Para o direcionamento dos agentes de combate a endemias que fazem as visitas nos bairros, as prefeituras utilizam o Levantamento de Índice Rápido para Aedes (LIRAa), que utiliza método amostral para a identificação das áreas com mais mosquitos.

Quando há notificação de casos suspeitos, os agentes fazem visitas em um raio de 150 metros do domicílio. “Nessas visitas, é realizada a busca de novos suspeitos da doença, pesquisa larvária e inviabilização de criadouros, para diminuir a densidade vetorial e evitar novos casos”, destaca Catiana.

O uso de inseticidas só é autorizado em locais com casos confirmados de dengue. Além do impacto ambiental, o uso de veneno pode criar resistência por parte dos insetos. “O Aedes aegypti é um mosquito urbanizado e 80% dos seus focos estão no ambiente domiciliar.”

Em 13 de maio de 2021, o A Hora noticiou um surto de dengue no Vale do Taquari, que em 11 de maio registrava 471 casos da doença. O município mais afetado foi Bom Retiro do Sul, que registrou cerca de 400 casos.

Pandemia e dengue

O biomédico da Vigilância Sanitária e coordenador do setor de combate a endemias de Bom Retiro do Sul, Alessandro Martins, afirma que os sintomas iniciais da dengue e da covid-19 são parecidos.

“Em 2021, muitos casos de dengue foram confundidos com covid-19, no primeiro momento. O foco era o coronavírus e a campanha contra a dengue foi deixada de lado”, afirma.

Ele comenta que o número de casos ainda pode aumentar, já que os ovos do mosquito podem durar até 500 dias, mesmo sem água. “É possível aparecer casos e focos ainda, mesmo que agora esteja tudo sob controle.”

Martins explica ainda que a presença do mosquito, por si só, não é confirmação da doença, pois o Aedes aegypti precisa picar alguém infectado. “É comum aparecer larvas do mosquito no LIRAa, mas não ter casos de dengue no município”, diz.

Dengue no Vale do Taquari

Entre os principais municípios do Vale, Encantado, Teutônia e Bom Retiro do Sul não tiveram casos confirmados ou suspeitos de dengue até o momento.

Em Cruzeiro do Sul, foram encontrados focos do aedes aegypti em três bairros, porém não existe nenhum caso confirmado ou suspeito.

A secretaria de Saúde de Estrela informa que “não possui dados concretos sobre a dengue no momento” e não conseguiria fechar o relatório até o fim desta edição.

Cuidados

• Não deixar água parada
• Manter calhas limpas
• Deixar garrafas e recipientes virados para baixo
• Preencher pratos de vasos de plantas com areia
• Limpar e colocar telas em ralos


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