O sol

Opinião

Hugo Schünemann

Hugo Schünemann

Médico oncologista e diretor técnico do Centro Regional de Oncologia (Cron)

O sol

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Estrela de quinta grandeza, o sol é o centro de nosso sistema planetário e presente nos fenômenos que acontecem no planeta em que vivemos.
Fundamental em vários processos biológicos, podemos afirmar que sem a presença dele, de sua luz e de sua energia, a vida como conhecemos, não seria possível. Respiramos graças ao processo de fotossíntese que as plantas realizam e que só ocorre graças à luz solar.

Os nossos ossos só calcificam graças a ações da luz solar sobre a vitamina D.

Enfim, o sol é vital.

Agora no verão vemos outro lado do sol.

Por conta da falta de chuva, vemos a terra esturricar, as lavouras morrerem, os rios secarem. O sol, impiedoso, nos traz clima de deserto, causando desesperança e tristeza. Mas há outra ação do sol, silenciosa que devemos lembrar.

O sol, com sua radiação, transmite sua energia através do ar. Esta energia por sua vez penetra em nossa pele, estimulando a formação de pigmentos, chamados de melanina, que definem aquele bronzeado bonito que todos queremos.

Mas há um porém. Esta mesma radiação, ao penetrar na pele, entra em nossas células e nelas causa transformações e, muitas vezes, danos e consequências desagradáveis.

A radiação pode acarretar dano ao DNA de nossas células. Como vocês sabem, o DNA é nosso código genético, responsável pelo controle de todas as nossas funções celulares. Inclusive multiplicação das células. Assim, o dano causado pelo DNA das células de nossa pele, pela radiação solar, termina por interferir e desorganizar os mecanismos de controle e reprodução dessas células. Aí, temos um problema.

Como sabemos, as células da nossa pele multiplicam-se ao longo de toda a nossa vida. Se houver algum problema no mecanismo de controle dessa multiplicação das células, teremos um problema. É muito comum, que este dano cause a morte celular. Aí o problema está resolvido.

Mas acontece também de o dano causar a desorganização do mecanismo, e aí passamos a ter uma multiplicação descontrolada das células, iniciando a formação de um câncer de pele.

Decidimos estudar os cânceres de pele em dois grandes grupos, os melanomas e os outros. Os melanomas serão abordados em outra oportunidade.

Vamos falar dos outros cânceres de pele. Os mais comuns são dois tipos, o Carcinoma Basocelular e o Carcinoma Epidermóide.

Basicamente trata-se de uma berruguinha ou feridinha que surge em área de exposição solar, de formato irregular. Pode coçar, sangrar e que não cicatriza e cresce sem parar.

O primeiro tipo, o basocelular, é de crescimento mais lento, e se torna destrutivo apenas após muito tempo. O carcinoma epidermóide, entretanto, caracteriza-se por ser lesão mais invasiva e pode desenvolver metástases.

O câncer de pele é o câncer mais comum no mundo e a sua associação com exposição ao sol, de forma repetida ao longo do tempo, está muito clara. O tratamento geralmente é cirúrgico, mas pode ser muito lento já que muitas lesões podem surgir na face. Algumas vezes, usa-se radioterapia como forma complementar de tratamento. Em raros casos, outros tratamentos são necessários.

Assim, o mesmo sol que nos ajuda, pode nos destruir. O cuidado com a exposição ao sol é a melhor estratégia, e o uso de protetor solar deve ser regra. Afinal, a vida é o que importa.

Viva plenamente.


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