As primeiras 90 doses destinadas à vacinação pediátrica chegaram ontem em Arroio do Meio. Estima-se que o público-alvo chegue a 2 mil pessoas no município. Uma listagem foi aberta para chegar a um número certeiro de crianças que vão se vacinar.
A primeira remessa contempla menos de 5% da estimativa de população apta a receber o imunizante. As doses começam a ser aplicadas amanhã, 19, para crianças quilombolas e com comorbidades.
Existe uma dificuldade em contabilizar o número de crianças com comorbidades, diz o secretário municipal de Saúde, Gustavo Kasper. Segundo ele, foi feita uma consulta prévia com os postos de saúde e a diferença nos dados foi relevante.
“A forma de comprovação de comorbidades não está bem especificada. Não adianta chegar o pai e dizer que a criança tinha asma, por exemplo”, contesta.
O município espera chegar a um número concreto de pacientes nos grupos prioritários ainda hoje. As 12 crianças quilombolas foram contabilizadas de forma mais prática.
Combate ao desperdício de doses
Outro motivo para a criação da lista é evitar a perda de vacinas. O imunizante Corminaty, desenvolvido pela Pfizer/BioNTech e aprovado pela Anvisa para uso pediátrico, tem prazo de validade diferente do que a substância usada em adultos.
Cada frasco da vacina infantil possui dez doses. Depois de aberta a ampola, todas as doses devem ser aplicadas em até 6 horas. Por outro lado, o produto pode ficar até dez semanas armazenado em um refrigerador comum, entre 2ºC e 8ºC. Já a vacina para adultos, pode ficar guardada por até 31 dias.
Por meio do cadastro de postulantes a receber a vacina, Arroio do Meio planeja criar grupos de vacinação. Cada dezena de crianças será atendida em horário e local específico.
Volta às aulas sem vacina
Algumas crianças de cinco anos já estão em aula com a retomada das creches na semana passada. A retomada mais expressiva do público alvo, porém, será em 8 de fevereiro. Até lá, o número de crianças vacinadas será muito pequeno.
“Os quantitativos que estão sendo previstos não dão conta de atender o prazo do calendário das aulas”, afirma o secretário de Saúde, Gustavo Kasper. Para ele, porém, o perigo é menor do que em outros anos letivos.
“Esse risco é aquele que já existia, só que menor porque bastante gente já está vacinada. Os próprios familiares estão buscando o reforço. Isso tudo vai diminuir o risco”, acrescenta.
Ômicron em Arroio do Meio
A chegada da variante ômicron preocupa o secretário de Saúde, em especial, pelo risco de falta de testes. “Estamos com muita procura por atendimento, principalmente, na unidade do Centro, estamos com três médicos exclusivamente para esses pacientes”, diz Kasper.
O aumento de casos, porém, não reflete nas internações. O secretário diz que não teve conhecimento de nenhuma hospitalização referente à nova onda de contágios.
No sábado passado, 15, os postos de Saúde abriram para ampliar as oportunidades de vacina. Nessa semana a tendência é que em alguns dias da semana o horário seja estendido. A ideia é diversificar os horários de atendimento para que todos os públicos sejam contemplados.
