Por que decidiu fazer o TCC sobre este tema?
Escolhi o tema “O racismo estrutural e a falta de professores negros na instituição: um estudo sobre a importância da representatividade de docentes na Univates”, por diversos fatores, mas principalmente pelas situações que a população preta vive em Lajeado, devido ao racismo estrutural, que infelizmente ainda é muito enraizado na sociedade brasileira e acaba as colocando em diversas situações constrangedoras e desesperadoras.
Outro ponto foi a falta de identificação com as pessoas que cruzavam comigo nos corredores da universidade e a falta de professores negros na Univates. A população negra precisa de voz e precisa ser vista em todos os setores da sociedade, pois somos capazes de atuar em todas as áreas, mas ainda precisamos driblar as barreiras impostas pelo racismo.
Como se sente após a conclusão e aprovação?
O meu maior medo não era a apresentação em si, mas sim, o resultado que seria alcançado, as críticas que receberia e o fato de expor esse problema à vice-reitora e pró-reitora de ensino. A apresentação saiu como planejado e as críticas recebidas foram muito construtivas para a pesquisa. Ter recebido 10, foi a chave de ouro. É muito gratificante saber que o trabalho que tanto me dediquei para desenvolver atingiu as expectativas. A sensação é de dever cumprido.
O que espera passar para as pessoas pelo teu estudo?
O principal objetivo foi abordar um estudo sobre a representatividade e a importância do fator para o acesso da população negra aos cargos altos da sociedade e como isso afeta o cotidiano das pessoas negras. A luta antirracista é um assunto urgente e ter trabalhos acadêmicos nesse sentido, dissemina a informação a uma população que normalmente não o buscaria.
Como o trabalho foi realizado?
Abordei o contexto social, institucional e econômico do negro no Brasil e as ramificações do racismo e seus conceitos. A realidade da população, após a abolição da escravatura, que se apresenta de uma forma muito velada, quando estudada sem maior profundidade, dando a impressão de que foi um processo leve e feliz, mas pode-se verificar que não ocorreu desta forma.
Em contrapartida analisei dados positivos, referente a presença de magistrados negros dentro dos Tribunais. Hoje no país a população preta e parda corresponde a mais de 50%. Depois, tratei do direito a igualdade. Abordei também a importância da lei de cotas e das políticas públicas reparativas.
