Sistema de irrigação serve de exemplo para garantir produção

TEUTÔNIA

Sistema de irrigação serve de exemplo para garantir produção

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Sistema de irrigação serve de exemplo para garantir produção

Em tempos de estiagem, a demanda por projetos de armazenamento e irrigação aumenta. Se antecipar para períodos de crise hídrica significa menos prejuízos e problemas na lavoura.

Como forma de auxiliar as famílias do campo, a Emater/RS-Ascar, junto com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), do Governo do Estado, aproxima os agricultores dos projetos e programas públicos para investimentos nestes sistemas.

Na análise do escritório local da Emater, conscientizar a comunidade rural sobre as tecnologias disponíveis pode ser o divisor de águas entre um ano de prejuízos ou de sustentabilidade da produção.

É este o caso da família Jacobs, da Linha São Jacó, em Teutônia. Na propriedade, mantém pecuária de leite e suinocultura. Também são proprietários de uma agroindústria de queijos artesanais.

Para garantir a produtividade, necessitam de cerca de 40 mil litros de água por dia. Na área cultivada, são 32 hectares plantados com milho em rotação com soja, além de pasto, sendo boa parte do plantio destinado à alimentação do rebanho de mais de 120 animais, além dos 500 suínos.

“Nesses dias secos eu chego a deixar o sistema de irrigação ligado por cerca de seis horas seguidas, na lavoura”, diz Osmar Jacobs.
Aos 70 anos e com quase 50 anos de experiência como agricultor, ele mostra tranquilidade ao explicar a importância de um olhar mais atento para os recursos naturais e para aquilo que há a disposição na terra.

Conhecimento

A história por trás do investimento está em uma experiência. Osmar relembra: “foi numa viagem para conhecer uma estação experimental.”

O passeio na unidade de Eldorado do Sul, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) ocorreu em 2012.
“Aquele foi um ano de muita seca, por sinal, e a lavoura daquela unidade estava com ótima sanidade”, relembra o extensionista da Emater/RS-Ascar Michael da Silva Serpa.

Depois dessa visita, Osmar procurou a Emater para elaborar o projeto que viria a proteger uma fonte existente na propriedade e que mais adiante abasteceria boa parte do microaçude de pouco mais de um hectare. “Na visita, ficamos fascinados com a possibilidade de evoluir em produtividade”, recorda o agricultor.

Ele comenta que as iniciativas da famílias fizeram o rendimento do milho saltar de 100 sacos por hectare para mais de 200 sacos na mesma área. “Fora o fato de, assim, termos a garantia da qualidade, já que não há a necessidade de adquirir alimento de terceiros”, analisa.

Visão estratégica

Para o extensionista, a família Jacobs acertou ao apostar no sistema. Por meio de financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), foi possível acessar o projeto e investir em sistemas de irrigação. “Talvez eles pudessem, à época, ter comprado mais terras que ampliariam a área plantada”, avalia o extensionista. “Mas sem acesso a água ou uma atenção para esse tipo de necessidade, onde a família chegaria?”, indaga.

Resultados e gestão

A consequência pode ser observada também na consolidação da própria agroindústria de queijos, que conta com o apoio dos filhos Samuel e Jackson. “É a qualidade do nosso leite chegando diretamente ao consumidor”, enaltece Osmar.

O gerente regional da Emater, Cristiano Laste, lembra ainda que o Governo do Estado está empenhado em destinar políticas públicas a este setor.

Por meio do programa Irriga+ RS, serão destinados mais de R$ 200 milhões em projetos de reservação da água e qualificação da irrigação.

Junto com isso, diz Laste, há iniciativas mais simples, como a reserva de fontes e/ou construção de cisternas. Esses projetos podem ser consultados diretamente com a Emater. “Conservar a água, preservando-a, utilizando-a de forma racional e sustentável também é uma das metas da instituição”, finaliza.


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