Futebol: racional x emocional

Opinião

Carlos Cyrne

Carlos Cyrne

Professor da Univates

Assuntos e temas do cotidiano

Futebol: racional x emocional

Por

Lajeado

Muitos sabem que sou torcedor do Grêmio. Nunca usei este espaço para falar de futebol, mas, jornalisticamente falando, o fato de ser mais uma vez rebaixado é merecedor de destaque. Sou um torcedor, não um analista de futebol, um entendido em tática ou em jornalismo esportivo, portanto mesclo emoção e razão. Um clube é maior do que um time.

O atual time do Grêmio foi incompetente. Quando digo time, incluo os dirigentes, as comissões técnicas… todos os que fizeram parte da campanha. Assim como em qualquer organização, um clube esportivo precisa planejar e, mais do que isso, executar com eficiência e eficácia.

Da mesma forma, ciclos fazem parte do nosso cotidiano. Diria o adágio: dia de muito, véspera de pouco. As conquistas, assim como os fracassos, são transitórias. Não devem ser motivo de regozijo, de júbilo perene. É preciso trabalhar para identificar com clareza os equívocos cometidos e mudar o rumo para a retomada das vitórias.

Lucros e prejuízos se alternam na trajetória das organizações. Claro que eu preferiria estar vencendo sempre. Não é suficiente que os adversários (concorrentes) tenham desempenho pífio, é preciso traçar e buscar alcançar metas ousadas sem ter, unicamente, como parâmetro o desempenho do outro.

Quando falamos de futebol, esta máxima parece ser esquecida (no Rio Grande do Sul em especial), pois mais importante é que o adversário esteja em baixa, independentemente do desempenho do meu time (vale para Grêmio e Inter, Juventude e Caxias, Brasil e Pelotas, entre outros). Enquanto perdurar esta bipolarização, tendemos a continuar conquistando muito pouco.

No entanto é possível constar, nos registros históricos, que os momentos de dificuldades têm sido capazes de mobilizar os torcedores em torno do objetivo de retomar o “verdadeiro lugar” na elite do futebol brasileiro (espero que isto se confirme novamente). Mas isto não é o suficiente. Será preciso reformular a equipe, trocar os gerentes, desenvolver novas práticas. Há uma máxima em gestão que aponta que o ótimo local não significa o ótimo global, então só ser superavitário (algo importantíssimo) não é o suficiente, embora possa ser um trunfo para o novo período onde as receitas irão minguar. Será preciso ser disruptivo, criativo e inovador para aproveitar as palavras da moda.

Bem, com um pouco de racional e outro tanto de emocional, vou torcer para que o retorno seja imediato. Parabéns aos juventudistas e colorados por continuarem representando o RS na série A e a todos um Bom Natal e que 2022 seja muito melhor do que o ano que se encerra.

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