“O cliente é nosso rei. Se não compra nossos produtos, não teremos sucesso”

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“O cliente é nosso rei. Se não compra nossos produtos, não teremos sucesso”

Diretora comercial da Gota Limpa, Camile Bertolini Di Giglio contou sua trajetória dentro da empresa, iniciada em 2004, falou das dificuldades enfrentadas em 2013 e do momento atual, de expansão

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“O cliente é nosso rei. Se não compra nossos produtos, não teremos sucesso”
Camile é filha do fundador da Gota Limpa e atua na empresa desde 2004, depois de deixar o Banco do Brasil. (Foto: Mateus Souza)
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A quinta edição do programa “O Meu Negócio” destacou a trajetória de 55 anos de uma das maiores empresas do ramo de higiene e limpeza do Estado. Sediada no bairro Daltro Filho, em Imigrante, a Gota Limpa surgiu da vocação empreendedora de Jurandir Bertolini, e se estabeleceu no mercado com uma variada linha de produtos.

Filha de Jurandir, Camile Bertolini Di Giglio, diretora comercial da empresa, foi entrevistada pelo apresentador Rogério Wink em um bate-papo de uma hora. Além de falar do surgimento, das dificuldades e do momento atual de expansão da Gota Limpa, também abordou sua própria trajetória pessoa e profissional.

Nascida em Imigrante, à época pertencente a Garibaldi, Camile cursou o primeiro grau numa escola municipal local e concluiu o segundo grau no Colégio Martin Luther, em Estrela. Seguiu os passos do irmão, Moisés, e foi estudar em Porto Alegre na sequência. Formou-se em Administração na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Camile tinha uma carreira consolidada no Banco do Brasil, onde atuava há quase uma década, quando, em 2004, virou a chave. Deixou o serviço público e a vida na capital gaúcha para atuar na empresa da família, ao lado do irmão, que havia retornado à Imigrante cinco anos antes.

Insistência

Segundo Camile, o pai esperava pelo retorno de Moisés. “Nas famílias de origem italiana tem muito disso. É como se fosse uma passagem de bastão”, recorda. Engenheiro químico, ele se dedicou à parte produtiva. Ela, quando retornou, ingressou na parte financeira da empresa. Mas não foi simples.

Camile manifestou ao namorado (hoje esposo) o desejo de sair do banco.“Aí ele me disse que eu tinha um laboratório em casa. Pensei e decidi procurar meu pai e falar do interesse em voltar”, recorda. A resposta foi dura. “Me falou que eu tinha uma carreira muito bem estabelecida no banco e que não conseguiria pagar o salário que eu recebia lá”.

Mas Camile persistiu. Procurou o irmão, que concordou com seu retorno. “Disse que eu poderia voltar já no dia seguinte. Ele cuidaria da parte produtiva, e eu, da administrativa. Novamente falei com o pai e ele aprovou. Retornei definitivamente em março de 2004 e comecei com aquilo que eu mais entendia: a questão financeira.


Entrevista

“Entendi que tínhamos de fazer diferente”

Camile Bertolini Di Giglio • diretora comercial da Gota Limpa

• Rogério Wink – Quais os exemplos que você recebeu de casa?
Camile – Minha mãe era professora e participava muito da nossa vida de estudante. Ela teve um papel de desbravadora. A questão de dirigir, de buscar formação, morar fora. Todas essas coisas fizeram com que ela me moldasse na questão de não ter medo em correr atrás, de buscar o novo. Já meu pai trouxe o exemplo do empreendedorismo. Ele não participava da minha vida escolar. Fazia a parte comercial da Bertolini, passava mais tempo fora do que em casa. Mas me lembro de sempre descer a escada interna e receber ele na garagem, perguntar como tinha sido o dia, e as vendas.

• Como era o negócio inicial da empresa?
Camile – A Bertolini começou vendendo sabão em barra. Iniciou lá em 1966 e perdurou por mais de 30 anos. Em 1999, a empresa passou a produzir itens de maior consumo, como os detergentes líquidos. Depois vieram amaciantes, lava roupas, água sanitária e desinfetantes. As coisas foram crescendo, e culminaram com o retorno do meu irmão, que é engenheiro químico.

• Depois que você ingressou na empresa, qual foi seu grande desafio?
Camile – Em 2013, passamos por uma situação financeira complicada, pois tivemos um grande crescimento e ampliamos demais o negócio, perdendo nosso foco principal. Isso causou endividamento e a geração de caixa não era suficiente para pagar nossos carnês. Nisso, falei ao pai que precisávamos de auxílio. Buscamos consultoria com o Agostinho Dalla Valle. Tivemos humildade para aceitar ajuda e sofremos muitas críticas. Mas era necessário reestruturar o negócio como um todo.

• Qual é o carro-chefe da empresa hoje?
Camile – O que mais vende é o detergente em louça. Mas desde o ano passado tivemos grande crescimento do lava roupas em pó, após fazer a reestruturação da qualidade. E há também a menina dos olhos, que é o gel sanitário, aquele que fica grudadinho no vaso e é super prático. Esse produto foi meu pai quem criou. Já são oito anos que temos esse produto, que está passando por uma evolução.

• A pandemia teve reflexo no negócio da empresa?
Camile – Sim, e foram reflexos positivos. Como as pessoas estavam mais em casa, limpavam e cuidavam mais das coisas. A água sanitária foi um produto muito utilizado para higienização e limpeza. Tivemos um crescimento de 26% ano passado, e neste ano chega a 30%. São volumes bem expressivos, e que nos fazem ter um ganho de produtividade.

• Como foi a mudança de layout da Gota Limpa?
Camile – Passamos por dois anos de reformulação. Antigamente era tudo mais empírico, saía tudo da própria cabeça do Jurandir. Hoje estudamos mais, temos o comitê, e uma agência de publicidade. Dessa forma trazemos informações do mercado, do que os concorrentes fazem e de que forma podemos nos destacar. Falamos até com influenciadores, se gostaram da embalagem. Antes se fazia isso nos pontos de venda. O cliente é o nosso rei. Se não compra nossos produtos, não teremos sucesso.

Qual o método que você utiliza para que todos na empresa respirem e transpirem inovação?
Camile – Isso faz parte de uma mudança de cultura. Em 2013, quando começou aquela movimentação, entendi que tínhamos de fazer diferente. Sempre estou me desafiando e procuro também desafiar a nossa equipe, os gestores para que levem mais conhecimento e inovação. Desenvolvemos juntos um planejamento estratégico. Isso é o que nos rege hoje, e dá a liberdade das pessoas em questionar o que é feito.

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