A quarta edição do programa “O Meu Negócio”, da Rádio A Hora 102.9, trouxe aos internautas e ouvintes a experiência de um jovem casal no empreendedorismo. Os dois nasceram e cresceram no Vale do Rio Pardo, mas escolheram Lajeado para investir. E agora colhem os frutos de um negócio em plena expansão no país.
Gabriel Pitsch Sehn, de Venâncio Aires, e Joana Frantz, de Santa Cruz do Sul, foram entrevistados pelo apresentador Rogério Wink na noite dessa segunda-feira, 15. Eles administram a franquia local do CTK Clube de Tiro. A unidade foi inaugurada em maio e fica localizada no bairro São Cristóvão.
O CTK Clube de Tiro surgiu em 2018, em Santa Cruz do Sul, fundado por Ivan Keller, major da reserva da Brigada Militar. O sistema de franquias foi desenvolvido há pouco mais de um ano e a unidade de Lajeado foi a primeira a ser aberta. Também há unidades em Caxias do Sul, Ijuí, Soledade e, ainda, cidades de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso.
“O major sempre teve envolvimento com o tiro defensivo e o tiro esportivo. Era um incentivador do treinamento dentro da Brigada. Eu já conhecia ele pela instituição e frequentava o clube algumas vezes, antes de conhecer o Gabriel. Depois, passamos a ir mais vezes e surgiu a oportunidade de ser franqueado”, lembra Joana.
Bagagem
Joana já tinha a bagagem com o tiro devido ao seu trabalho na Brigada Militar, da qual faz parte há mais de uma década. Já Sehn teve o primeiro contato com armas na época em que serviu ao Exército Brasileiro.
“Me destaquei como um bom atirador e recebi até distinção. Depois perdi contato. De início, quando conheci o clube, não estava muito motivado.
Depois, me surpreendi quando me ofereceram o que poderia usar, pois não sou adepto a burocracias. Gostei do ambiente e da experiência em si”, destaca.
Origens familiares
A família de Joana tem origem na localidade de São Martinho, interior de Santa Cruz. Mas ela cresceu com os pais no bairro Arroio Grande, onde tinham um comércio de peças automotivas. “Inclusive eu trabalhava e ajudava no atendimento, na entrega de peças. Tinha meus 16, 17 anos. E não era normal uma menina fazer esse tipo de coisa na época”, recorda.
Já Gabriel é descendente de duas famílias tradicionalmente alemãs, mas que não carregaram essa tradição. “Vim de uma família muito simples e batalhadora. Meu pai era mecânico, e tinha um bom relacionamento com o pessoal que vendia peças. A mãe trabalhava com artesanato”, comenta.
Entrevista
- Gabriel Sehn e Joana Frantz • SÓCIOS DO CTK LAJEADO
• Como vocês chegaram às suas profissões atuais?
Joana – Meu pai ajudou a construir um posto de polícia no bairro, em frente ao negócio dele. Isso fez criar um laço com a Brigada Militar. Os policiais tomavam chimarrão conosco. E o primeiro lugar em que trabalhei pela BM foi justo na frente da loja. Tenho graduação em Direito, mas cheguei a fazer algumas disciplinas de Jornalismo também. Passei no concurso da Brigada e troquei de curso. Estar na corporação me trouxe muita disciplina e responsabilidade.
Gabriel – Hoje eu atuo na Bolsa de Valores. É um trabalho que se desenvolveu durante anos. Estudo a Bolsa há sete anos e há dois anos e meio atuo profissionalmente na área. Com isso, outras vertentes surgiram. Construí um fundo próprio de investimentos, voltado às operações que faço. Tenho formação em Administração, MBA em Análise e Estratégia de Negócios, Gestão de Projetos e Análise de Sistemas. Gosto de estudar e o Mercado Financeiro caiu como uma luva nisso.
• Qual a vantagem de um modelo de franquia? Onde se pretende chegar?
Joana – A principal finalidade é se tornar o maior sistema de clube de tiro do país. Quando a franquia foi desenvolvida, era a primeira do segmento no país. Com pouco mais de um ano, já temos três franquias funcionando e outras duas próximas de inaugurar. A CTK tem unidades no país todo. Essa é uma das vantagens, pois se tornar sócia do CTK Lajeado me permite ser sócia de toda uma franquia.
• Como foi a adaptação para construir este modelo em Lajeado?
Joana – Foi difícil, pois suamos bastante. Existiu grande apoio por parte da franquia. Nos auxiliaram em todas as etapas. Mas abrir um clube de tiro é muito burocrático. Tem muito papel, muita licença que precisa ser expedida.
Gabriel – Fui inteligente em deixar a Joana à frente disso (risos). Mas não escondi minha frustração em diversas situações, por não gostar de burocracia. Mesmo quando está em funcionamento, há outros processos burocráticos também, como a aquisição de armas de fogo, as melhorias no ambiente e a segurança. A Joana gosta mais dessa parte.
• Qual o grande processo de inovação no CTK?
Gabriel – É a quebra de paradigma, a mudança de conceito. Antes um clube de tiro era aquele lugar mais reservado, afastado da cidade, geralmente no interior e em campo aberto, com uma estrutura mais simples. Agora trouxemos segurança, infraestrutura e possibilidade de um convívio social dentro do próprio clube. E vimos a necessidade de ampliar isso. Outros clubes de tiro não dispõe de academia ou cafeteria. São necessidades que incrementamos para agregar valor e fazer com que o tiro se tornasse algo para as famílias, e menos ofensivo aos que não conheciam a cultura e o esporte.