O governo quer manter o subsídio da tarifa do transporte público coletivo de Lajeado por mais seis meses. O projeto de lei que autoriza a prorrogação do prazo foi encaminhado à câmara de vereadores. A intenção do Executivo é que o valor da passagem de ônibus siga sem aumento nos próximos meses.
Hoje, a tarifa do transporte coletivo está fixada em R$ 5, após reajuste ocorrido em junho, quando a Expresso Azul completou um ano de operações. Contudo, usuários pagam R$ 4,50 pelo serviço desde junho, quando o Legislativo aprovou o subsídio emergencial à concessionária. Os 50 centavos restantes são custeados pelo município.
Pelo cálculo tarifário com base na licitação e no contrato de concessão assinado pela Azul, a passagem custaria R$ 7,50 para garantir a manutenção do serviço com equilíbrio orçamentário. Porém, o governo entende que este valor inviabilizaria a continuidade, já que afastaria usuários e prejudicaria empresas que adquirem bilhetes aos funcionários.
Segundo o prefeito Marcelo Caumo, a prorrogação do subsídio foi definida após uma conversa com a direção da Expresso Azul, para evitar a correção do valor da passagem. A subvenção semestral a ser repassada à empresa é de R$ 271,5 mil.
“O problema de manter o transporte público em valores compatíveis com a necessidade da comunidade é um tema discutido em todo o mundo. Felizmente, o município tem condições orçamentárias em manter o subsídio por mais tempo”, comenta.
Menos da metade
O edital de licitação do transporte coletivo que embasou o cálculo da tarifa tinha uma estimativa de 167,5 mil passageiros por mês. Porém, desde o começo da concessão, em junho do ano passado, o percentual médio de utilização do transporte chega a apenas 44,2% deste total.
Conforme informado pela Expresso Azul ao município, nos últimos três meses o percentual superou os 50% do total estimado no edital, mas a projeção é de que o volume de passageiros se aproxime do previsto apenas em 2022.
Também impacta no valor da tarifa o aumento do preço do diesel, que é o principal componente de custo da operação do transporte coletivo. Nos últimos seis meses, por exemplo, a alta no litro do combustível foi acima de 35%.
Transparência
A chegada do projeto de lei repercutiu na sessão de ontem da câmara de Lajeado. Carlos Ranzi (MDB) lembra que encaminhou ofício ao governo de Lajeado, pedindo maior transparência no valor repassado pelo município à Azul.
“Até então, era segredo para todo mundo o quanto a prefeitura destinava de subsídio. E chamou a atenção essa estimativa de 167 mil pessoas utilizando o serviço por mês. Não chegou na metade e o subsídio vai continuar acontecendo”, afirma.
