São doze meses de operações e mais de 1 bilhão de transações neste período. O sistema de pagamento instantâneo Pix, criado pelo Banco Central, completa um ano neste mês consolidado entre clientes e empresas do país e segue em plena expansão.
Os números apontam que ferramenta rivaliza com outras formas de pagamento, como os cartões de crédito e débito e o uso do dinheiro em espécie. Em novembro do ano passado, o Pix contava com 13 milhões de usuários. Agora, perto do aniversário de um ano, cerca de 101 milhões de pessoas utilizam o sistema. Um crescimento de 639%.
A praticidade para efetuar pagamentos é um dos fatores que ajudaram o Pix a cair rapidamente no gosto dos usuários. O sistema fica disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e sem custos aos clientes. No caso das empresas, há alguns bancos que cobram taxas com valores que variam de R$ 0,50 e R$ 10.
Além disso, o sistema têm recebido modificações e novas funcionalidades com o passar do tempo. No fim deste mês, no dia 29, entram em vigor as modalidades Pix Saque e Pix Troco, que terão oferta opcional.
Utilidade e atributos
Para o economista e professor Eloni José Salvi, ferramentas novas, quanto mais convenientes do que as já existentes para determinadas finalidades, tendem a ganhar espaço. “Essa é a lógica. O WhatsApp é mais fácil e rápido do que o SMS, por exemplo. E no caso do Pix, é mais rápido, mais fácil de executar e tem custo menor do que o DOC, o TED ou mesmo o depósito”, explica.
Apesar de uma pequena resistência no início, o que Salvi considera natural, logo houve uma maciça adesão ao Pix. Lembra das preocupações com a segurança. “Mas logo os benefícios suplantaram essas possíveis causas negativas. É uma ferramenta com grande utilidade e muitos atributos. Isso tudo levou as pessoas a aderirem”, frisa.
A facilidade do sistema permite, conforme Salvi, que qualquer negócio, desde as grandes empresas ao pequeno empreendedor, se beneficie da utilização. “Um vendedor ambulante antes precisava da maquininha. E tinha todo um custo com ela. Agora, com o Pix, isso facilita. Qualquer estabelecimento, pequeno ou grande, podem aproveitar”.
Maior segurança
No comércio de Lajeado, a adesão ao sistema é grande, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Aquiles Mallmann. Lembra que a ferramenta ganhou corpo a partir do começo deste ano, sobretudo pela procura dos clientes.
“Hoje o cliente já entra na loja a procura do Pix. Antes ele perguntava se o estabelecimento aceitava cartão. E isso traz uma segurança maior ao usuário e também à empresa. Não se vê mais tanta circulação de dinheiro vivo. É uma tendência que deve aumentar ainda mais”, projeta o empresário.

Parte das lojas do Centro disponibilizam totens para facilitar transações. (Foto: Mateus Souza)
Mallmann lembra que, no papel de presidente da CDL, também repassou orientações aos associados sobre os cuidados que se deve ter com a utilização do Pix, a fim de evitar possíveis golpes. “Assim como se aumenta a frequência de uso, pode vir a ocorrer mais golpes. É importante ainda cuidar o agendamento, além da questão do limite também”, salienta.
Mais opções aos clientes
Proprietário de um restaurante de Lajeado, Irineu Schmidt adotou o Pix como forma de pagamento há cerca de meio ano. Diz que esta forma ainda representa uma pequena fatia entre a clientela, mas acredita em um crescimento da utilização por usuários. “Tudo o que for mais prático sempre é adotado pelos clientes. Alguns ainda tem medo de usar, mas a tendência é aumentar”, projeta.
Já no posto de lavagem de Douglas Samuel de Vargas, 32, o Pix representa a maior parte das transações. “É bem mais prático e, por enquanto, sem taxas. O valor cai direto na conta. Logo que foi lançado, aderimos. Mas fortaleceu este ano. Acredito que 70% dos nossos clientes pagam com pix”, revela.
Vargas também destaca que a ferramenta possibilita um controle melhor do caixa da empresa, já que os extratos ficam salvos e podem ser acessados a qualquer momento. “E como o troco anda escasso, facilita bastante para cliente e empresa”, pontua.
Em uma papelaria de Lajeado, o Pix também facilitou as compras online. “Pelo menos todo dia alguém compra na loja pelo Pix. E muitos nos procuram no WhatsApp, fazem o pagamento e nós só entregamos”, comenta a coordenadora da loja, Odaísa Rovedder.

Vargas diz que maior parte dos clientes da lavagem e autocenter pagam pelo sistema. (Foto: Mateus Souza)
NÚMEROS DO PIX
330,8 MILHÕES
de chaves cadastradas (dados de setembro de 2021)
1,04 BILHÃO
de transações feitas por pessoas físicas e jurídicas
R$ 559 MILHÕES
de valores transferidos
101,3 MILHÕES
de pessoas físicas clientes
7,6 MILHÕES
de empresas clientes
FONTE: Banco Central