Como surgiu o teu interesse por costura e customização?
Desde criança eu queria ser costureira e estilista. Eu não entendia bem a proposta, mas me encantava muito com a mágica de criar coisas, de fazer acontecer. Eu inventava um brinquedo, fazia roupa de saco de lixo, sempre tive uma imaginação muito fértil e sempre gostei muito de roupa. Tenho memórias da minha mãe com uma camisa de onça que eu tenho até hoje, e eu olhava pra ela e achava aquilo incrível. Meus pais sempre me estimularam também. Além disso, eu gostava de teatro, de expressões artísticas e de fazer moda, principalmente reutilizando coisas. Com o tempo, a customização foi uma coisa natural e neste mês fazem 10 anos que criamos a marca Ayessa, com esse conceito de exclusividade e sustentabilidade, e tudo feito de forma artesanal.
O que te motivou a ajudar a menina Shayane Rodrigues na participação do Broto RS?
Eu fui convidada para ajudar no Debut Social do Santo Antônio e foi lá que conheci a Shay, que era uma das meninas mais interessadas. Então agora, com o Broto RS me chamaram para participar dessa parte de moda. Tem outras pessoas que estão ajudando também, tudo de forma voluntária. Como estamos trabalhando com doações, meu trabalho é adaptar as peças e deixar do jeito dela. Com esses encontros ela vai se percebendo como alguém que pode estar nesse espaço de beleza, de representatividade.
Além disso, você também produz os figurinos pro espetáculo de Natal no município, certo?
Sim, fui convidada a fazer o figurino do espetáculo da chegada do Papai Noel já no ano passado. É um projeto imenso pensando em todas as crianças da comunidade. Para muitas crianças esse é o único Natal que elas têm, então é importante que tenha esse encantamento. Não é apenas costurar, tem que colocar sentimento e entender que isso chega em crianças de todos os bairros, para que elas se sintam parte de tudo isso. Eu levo esse mesmo conceito de ser algo que tem que sair de dentro de mim para o mundo, que não é trabalho, que é uma coisa maior.
Nesses 10 anos, o que te fez continuar no meio?
Eu espero que quando as mulheres vistam as minhas roupas, que se sintam especiais, únicas. Eu não faço nenhuma peça igual a outra, quero que, quando vestirem um short, uma jaqueta, se sintam como se estivessem sido transportadas para um lugar mágico.