“O vô me ensinou  a profissão”

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“O vô me ensinou a profissão”

Arnildo Eckardt, pioneiro no ramo de barbearias no município e fundador do sindicato dos cabeleireiros do Vale, morreu nesta semana

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Atualizado sábado,
16 de Outubro de 2021 às 17:10

“O vô me ensinou  a profissão”
O barbeiro passou o ofício para o genro e o neto. Reportagem do A Hora contou a história em edição impressa em 2011
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Honestidade e gosto pelo trabalho eram características marcantes de Arnildo Eckardt. Pioneiro no ramo de barbearia do município, o lajeadense passou o ofício para as gerações mais novas da família e foi um grande incentivador da profissão. Devido a complicações de saúde, ele morreu na última quinta-feira, 14, aos 85 anos.

O primeiro trabalho de Arnildo como cabeleireiro foi no exército, depois dele se candidatar à vaga, com a possibilidade de desempenhar um papel diferente da família na agricultura. Ele também gostava do ofício e, mais tarde, viu a oportunidade de abrir o próprio negócio no centro de Lajeado.

O neto Asafe Schwingel, 29, acredita que ele tenha sido o primeiro cabeleireiro em atividade na região. Depois de alguns anos de profissão, fundou o Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros e Institutos de Beleza do Vale do Taquari e Rio Pardo (Sindicabes dos Vales).

Arnildo também incentivou a família e a filha Eveline Eckardt Schwingel acabou seguindo a profissão do pai, com cursos na área da beleza. Mais tarde, passou a trabalhar na loja de cosméticos da família, a primeira da cidade.

Ela tinha 15 anos quando conheceu o marido David Schwingel que, ainda nos anos de adolescência, aprendeu com o sogro a prática da barbearia. “Meu pai tinha ideias revolucionárias, e sempre foi muito presente na família e na comunidade religiosa que participava”, destaca a filha.

Mais tarde, Asafe também foi incentivado pelo avô e, nos últimos tempos, avô, genro e neto administravam a Labaia barbearia e café, em Lajeado. Entre as histórias que a família gosta de contar está a visita do ex-presidente da república Ernesto Geisel ao estabelecimento, onde pediu um corte de cabelo com Arnildo.

O barbeiro era uma pessoa honesta e gostava de trabalhar. Mesmo em momentos de folga ou durante as férias na praia, não deixava de fazer reparos na casa ou mexer na horta.

Nos últimos anos, apresentou um quadro de Alzheimer e vinha lutando contra a doença, já em estado avançado. Nesta semana, Arnildo foi internado no Hospital Bruno Born (HBB), com pneumonia e não resistiu aos tratamentos.

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