Bebida que se tornou símbolo do Rio Grande do Sul, o chimarrão também é sinônimo de hospitalidade e tradição. Hoje, a gourmetização da gastronomia abriu espaço para produtos típicos regionais como a erva-mate e, além das diferentes formas de fazer o chimarrão, ela também é utilizada para fazer mousses, balas, bolos, pães, sorvetes, geleias, sucos, outras bebidas e assados.
De legado indígena, a bebida Caá-y já era utilizada mesmo antes do descobrimento do Brasil, inclusive por povos maias e incas, conforme explica a vice-presidente do Instituto Escola do Chimarrão, de Venâncio Aires, Liliane Bastos. No sul do país, esse legado foi deixado, principalmente, pelos guaranis.
Ela também destaca que o primeiro contato do homem branco civilizado com a bebida ocorreu em 1554, quando soldados espanhóis vindos do Paraguai adentraram o território brasileiro na região do Guairá, na divisa com o atual estado do Paraná, e encontraram uma tribo de guaranis com costumes muito diferentes do comum. Eles eram mais fortes, alegres, hospitaleiros, e aceitavam bem a presença do branco.
“A chegada dos jesuítas para cristianizar os índios e a construção das reduções, revelaram o poder econômico da erva-mate e a fizeram-na se tornar um produto cobiçado, chegando a ser chamada de ouro verde”, explica Liliane.
Hoje, a Escola do Chimarrão ensina 36 modelos diferentes da bebida, mas, com criatividade do cevador, aquele que prepara o mate, é possível experimentar ainda mais. Alguns deles, como o formigueiro, o tradicional, o mate amargo e o do prego, são de domínio público e utilizados há mais de uma geração. Outros são criações artísticas utilizadas para chamar a atenção para o chimarrão e despertar a curiosidade e o interesse do público sobre a bebida.
Para esta edição do Gastrô, Liliane ensina quatro formas de preparar a cuia para compartilhar bons momentos com a família e os amigos:
