Mau cheiro gera reclamações no bairro Canabarro

Teutônia

Mau cheiro gera reclamações no bairro Canabarro

Odores são decorrentes de processo industrial de empresa farmoquímica. Abaixo-assinado foi encaminhado ao governo municipal e à Fepam ainda no ano passado. Indústria alega que situação é temporária e pede compreensão dos moradores

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Mau cheiro gera reclamações no bairro Canabarro
Odores provêm de processo industrial da empresa BT Biocompany, que produz fármacos a partir de vísceras animais (Foto: Bianca Mallmann)
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Um mau cheiro na região do bairro Canabarro, em Teutônia, gera reclamações de moradores. A situação já é registrada faz mais de um ano, mas há alguns meses estava controlada. Na última semana, porém, o odor voltou a ser sentido.

“É um cheiro horrível, não conseguimos nem sentar na frente de casa para tomar chimarrão. Não dá vontade de comer”, reclama Darline Fontana, umas das moradoras do bairro.

Marise Haeydt complementa a vizinha ao dizer que até para dormir a situação é complicada. “Mesmo com a casa toda fechada, o cheiro entra. Teve um dia que passei perfume, mas não adiantou”, conta.

Abaixo-assinado

O mau cheiro não é constante. Às vezes ocorre durante o dia ou de madrugada. O presidente da Associação dos Moradores do Loteamento Coxilha, João Arquimedes Abreu, liderou em outubro do ano passado um abaixo-assinado para questionar os danos ambientais e o desconforto social. Foram coletadas cerca de 100 assinaturas de pessoas que moram perto da empresa BT Biocompany.

O documento foi encaminhado para o governo de Teutônia, que enviou para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam). No início de novembro, a entidade respondeu o e-mail enviado pela prefeitura informando a abertura de um processo.

Até o momento, Abreu diz que não teve retorno sobre o documento. A reportagem fez contato com a Fepam, mas não teve retorno das perguntas enviadas até o fim desta edição.

A Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente informa que está ciente e faz o possível para regularizar a situação junto à Fepam. Como as decisões não são da alçada do poder público municipal, a secretária Lídia Margarete Müller Dhein diz que o município faz a intermediação entre a Fundação e os moradores.

Mudança no processo de produção

Em contato com a reportagem, a empresa confirma ser a origem dos odores. A indústria chinesa BT Biocompany fabrica produtos farmoquímicos. O processo de produção é feito com vísceras de animais. Segundo o assessor jurídico Lucas Kruger, o negócio possui sistema de tratamento de efluentes e de gases. Este processo de tratamento dos odores precisa de uma formulação química específica para surtir efeito e amenizar o cheiro.

A empresa passou por duas semanas sem atividades no final do mês de junho. Na retomada, que ocorreu na semana passada, houve mudanças no processo de produção. “Com isso, o procedimento de tratamento dos efluentes precisa passar por adequações, para encontrarmos a fórmula ideal. A maneira como os efluentes eram tratados antes se tornou ineficaz com a mudança que fizemos”.

A primeira produção com a nova formulação ocorreu na quinta-feira, 8. Agora, a empresa busca as adequações químicas necessárias no tratamento. “Nossa intenção também é resolver o problema. Queremos encontrar o equilíbrio. Pedimos que as pessoas entendam que essa é uma situação temporária”, diz Kruger.

“Sabemos que a empresa gera emprego e renda para o nosso município, somos beneficiados com ela. Mas queremos qualidade de vida de novo. Esses testes deveriam ser feitos em outros locais para já chegarem na produção prontos”, contrapõe Abreu.

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