Cooperativismo: uma alternativa para a sustentabilidade

Opinião

Carlos Cyrne

Carlos Cyrne

Professor da Univates

Assuntos e temas do cotidiano

Cooperativismo: uma alternativa para a sustentabilidade

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Atualizado sábado,
10 de Julho de 2021 às 08:45

Vale do Taquari

No momento em que escrevo este texto completa-se uma semana de que, aqui mesmo, no Jornal A Hora, noticiávamos o crescimento das Cooperativas do Vale do Taquari em 20% no ano, fatídico, de 2020. Não há quem não comemore tal resultado, afinal são mais de 5,3 bilhões de reais circulando em nossa economia.

No entanto, sustentabilidade é mais do que economia, contempla as questões ambientais e sociais concomitantemente. As cooperativas são muito mais do que economia. São organizações que atuam tendo presente a importância social e ambiental.

Na Univates temos um grupo de pesquisadores (professoras Júlia Barden e Fernanda Sindelar, o doutorando Bruno Büttenbender e a bolsista Fernanda Ferreira) buscando compreender o impacto social da atuação das cooperativas em suas regiões e suas contribuições para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS/Agenda 2030. Diante do reconhecimento do agravamento da crise ambiental, do aumento das desigualdades e da necessidade de alcançar condições para um desenvolvimento sustentável de forma equilibrada e integrada, os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) assumiram, em setembro de 2015, uma nova agenda de desenvolvimento: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

As cooperativas aderiram ao movimento e um dos primeiros projetos desenvolvidos foi o Dia C – Dia de Cooperar. As cooperativas podem ser consideradas atores-chave para a implementação de ações para o alcance dos ODS, uma vez que possuem em seus princípios, a preocupação com o meio em que atuam. Dada a sua natureza podem contribuir para o combate à pobreza, redução do desemprego, a promoção de uma melhoria da qualidade de vida e o alcance de modos de vida mais sustentáveis, especialmente nos âmbitos locais/regionais.

A partir de dados disponibilizados pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), pode-se afirmar que o sistema cooperativo, de maneira geral, tem se engajado para o atendimento dos ODS, e no Rio Grande do Sul não é diferente. A análise das ações desenvolvidas pelas cooperativas gaúchas no Dia C nos últimos três anos indica que estas têm sido crescente.

A análise dos ODS atendidos com as ações desenvolvidas demonstra que a maior parte delas está associada aos ODS 3 – “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades” e ODS 4 – “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Há também ações que contribuem para o ODS 2 – “Fome Zero e Agricultura Sustentável”.

Outro exemplo é o desenvolvimento de workshops direcionados às mulheres cooperadas, cujo objetivo é proporcionar uma maior integração entre as mesmas, melhora das condições de trabalho e da autoestima da mulher, ação relacionada com a promoção do ODS 3, entretanto também poderia estar relacionada com o ODS 5 “Igualdade de Gênero”, cujo objetivo é alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Estes são alguns exemplos que mostram que as Cooperativas são muito mais do que economia. Vida longa ao Cooperativismo.

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