A chave para o recomeço

Dia dos Namorados

A chave para o recomeço

Após a perda dos companheiros, Helmi e Valdir se reaproximaram para viver uma nova paixão e encontraram no amor a força para seguir em frente.

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Atualizado sábado,
12 de Junho de 2021 às 07:34

A chave para o recomeço

Em meio à tristeza da perda dos amados, um casal se reencontra e recomeça sua história junto. Hoje, após cinco anos de relacionamento, Helmi Quinot (67) e Valdir König (66) fizeram de duas famílias uma só e acreditam que a transformação nas suas vidas se deu graças ao amor.

A história do casal começou há cinco anos, quando ambos viram partir seus companheiros e precisaram recomeçar. O ex-marido de Helmi lutava contra um câncer de pâncreas, enquanto a ex-mulher de König se tratava de tumores na cabeça. Na época, a família Quinot buscou inúmeros tratamentos para salvar o pai. Foram a São Paulo, Santa Catarina, Uruguai, entre outros lugares na tentativa de descobrir a cura.

“Encontramos um medicamento nos Estados Unidos e conseguimos trazê-lo para cá. Na ocasião, muitos noticiários falaram sobre o ocorrido e as pessoas nos procuravam para saber sobre os remédios”, conta Helmi.

König, na esperança de ajudar a mulher, foi atrás dos Quinot para entender como funcionava o tratamento. “Na verdade, o Valdir já conhecia a família, pois nós vendíamos suínos e ele era o comprador. Nós nunca tínhamos tido contato diretamente, eu nem me lembrava quem ele era”.

Pouco tempo depois, a luta das famílias pela vida se deparou com a partida dos amados. Foi então que tudo mudou e o destino fez com que eles se reencontrassem para construir uma nova história.

Certo dia em uma visita de trabalho a Santa Clara do Sul, Helmi esbarrou com König. Ainda tristes pelo falecimento dos cônjuges, ambos se consolaram e trocaram os números de telefones. Demorou um tempo até que o comprador tomou a iniciativa de fazer a primeira ligação.

“Me lembro de estar almoçando na minha irmã. Atendi a ligação achando que era um dos nossos vendedores chamado Valdes. Ele não tinha vindo ao velório, então logo fiquei entusiasmada com a ligação. Falei um monte, enquanto o homem do outro lado estava quieto. Até que finalmente Valdir disse quem realmente era e fiquei surpresa”.

A conversa fluiu, mas o medo de conhecer uma nova pessoa fez Helmi ponderar. Mesmo assim König continuou apostando nas ligações, até que fez o convite para uma dança, no Baile da Bergamota, em Bela Vista do Fão.

“A gente foi se conhecendo aos poucos, depois daquele dia, muitas conversas e telefonemas, eu tive a certeza que tinha encontrado a pessoa certa. Sempre digo que ela é uma bênção de Deus. Mas precisava fazer algo para chamar sua atenção”, revela König.

 

Busca pela aceitação

Antes de assumir a relação, o novo casal namorava na espreita. “Parecia que estávamos vivendo na adolescência”, remontando a época em que os jovens casais se encontram escondidos dos pais, contam. No caso de Helmi e König, o medo era de os filhos não aceitarem a relação.

“Tenho dois filhos homens e ela duas mulheres. No final, fomos surpreendidos por eles e fizemos de duas famílias uma só. Todos se deram muito bem, como se já fossem irmãos. Hoje dividimos até os netos”, alegra-se König.

Questionados sobre o segredo para amar, o casal diz que uma relação nunca se constrói sozinha, é preciso muito diálogo e que ambos entendam a necessidade de compartilhar e se doar para o outro. “É ter a cabeça tranquila e fazer tudo o que se deseja em vida, para não lamentar depois quando o outro partir. Um sempre vai antes, então é importante mostrar o amor enquanto o casal está junto”, conclui König.

 

Linguagem universal

O amor também transformou a vida da empresária Carla Lammel. Foi em uma viagem para a Nova Zelândia, em 2009, que ela encontrou o administrador Steven Cartwright. O que era para ser um passeio de três meses, se transformou em uma história digna de filme e um recomeço de vida, distante mais de 10 mil quilômetros da sua cidade natal.

“Conheci o Steven um mês após chegar na ilha do sudoeste do pacífico. Ele era amigo da minha prima e fomos apresentados em uma festa”, lembra Carla. Por não dominar o inglês, a empresária dependia muitas vezes da ajuda de amigos para se comunicar. E foi na tentativa falha de pedir uma bebida que ela se aproximou do atual marido.

“Eu queria um drink, mas o bartender não me entendia. Steven viu a situação e tentou me ajudar, mesmo ele não sabendo português. Foi o nosso primeiro contato e onde tudo começou”.

No dia seguinte o administrador a convidou para sair e mostrar os principais pontos turísticos da cidade. Para se comunicar, o casal levou dicionários, o que tornou o passeio ainda mais divertido. “Tenho recordações muito fortes da gente tentando conversar e se entender de alguma forma. Queríamos muito estar juntos”.

Passado mais um mês, Carla se viu apaixonada e desejando conhecer melhor o amado. Por isso resolveu buscar emprego, a fim de ganhar o visto de trabalho e permanecer por mais tempo no país. No final, os três meses se transformaram em um ano e os apaixonados assumiram a relação.

“Ele veio ao Brasil conhecer minha família, que o amou. Depois voltei para a Nova Zelândia onde ficamos por cinco anos”, relembra a Carla. Mas a saudade dos pais e o desejo de mostrar ao Steven uma nova cultura foi maior e o casal fixou residência no Brasil, em 2015.

Nestes seis anos de volta à origem, Carla e Steven aumentaram a família. A chegada da pequena Clara, hoje com três anos, fortaleceu ainda mais a relação e provou que as mudanças provocadas pelo amor valeram a pena. “A gente nunca sabe o que vai ser do futuro, se vamos permanecer aqui ou voltar à Nova Zelândia. Não temos planos e isso também é bom”.

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