Mais de 40 talentos do Vale recebem prêmio estadual

Reconhecimento

Mais de 40 talentos do Vale recebem prêmio estadual

Iniciativa é financiada pela Lei Aldir Blanc e contempla 1,5 mil artistas com o valor de R$ 8 mil para auxiliar classe na pandemia

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Mais de 40 talentos do Vale recebem prêmio estadual
Artistas de Bom Retiro foram homenageados em evento na tarde de ontem (Foto: Carlos Eduardo Schneider)
Vale do Taquari
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Com trajetórias que unem memória, tradições, diversidade e desenvolvimento artístico, mais de 40 talentos do Vale do Taquari foram reconhecidos pelo Prêmio Trajetórias Culturais Mestra Griô Sirley Amaro, por meio do Instituto Trocando Ideia.

Em sua primeira edição, o prêmio reconhece 1,5 mil artistas que fazem a diferença na sociedade e no meio cultural. A iniciativa tem o objetivo de facilitar o acesso a recursos para um dos segmentos mais afetados com a pandemia. Por meio da Lei Aldir Blanc, a premiação destina o valor de R$ 8 mil para cada artista contemplado.

Com mais de 5 mil inscrições, a seleção foi feita através da avaliação de produções audiovisuais e textuais enviadas pelos participantes. Entre os premiados, estão profissionais das áreas do teatro, cinema, dança, música, artesanato, diversidade linguística, culturas populares, cultura viva, memória e patrimônio, e museus. A lista dos artistas contemplados está disponível no site da premiação.

Homenagem em Bom Retiro

Na tarde desta quinta-feira, Bom Retiro do Sul homenageou os três filhos da cidade, premiados no Trajetórias Culturais. A secretária de Educação e Cultura, Martinha Dullius, ressalta a importância do resgate das histórias de quem construiu e constrói a identidade do povo bom-retirense. “A cultura é a alma gêmea da educação. Resgatar essas histórias é resgatar nossa própria história. É entender que cada trajetória é única e muito rica”, ressalta.

Orlando de Oliveira recebeu a maior pontuação na região, na categoria música. Aliás, a música, para seu Nézio, como é conhecido, é uma filosofia de vida. Com seis anos, já tocava em parques e circos. Morando em Bom Retiro do Sul, convidou alguns amigos que desciam com ele a rua Pinheiro Machado tocando alguns instrumentos. No início do que poderia se chamar de bloco de carnaval, eram 20 pessoas. “Chegando aqui embaixo já eram mais de 100 pessoas cantando e pulando com a gente”, lembra.

A professora Dalva Rocha de Souza também foi reconhecida. Sua trajetória cultural iniciou em 1958, quando cursou magistério na Escola Estadual Pereira Coruja, em Taquari. Lá, ingressou no Coral. Depois disso, a já professora na Escola de Subúrbios Otávio Augusto de Farias, no município, criou um coral para os alunos.

“Ele era composto por crianças em situação de vulnerabilidade social. Criei como uma das formas de incluí-los socialmente”, conta. Quando ocupou cargos na Secretaria de Educação do município, Dalva procurou criar alternativas de inclusão, através da educação e da cultura.

“Eu apenas queria dançar e aqui em Bom Retiro do Sul não tinha onde. As “profes” de fora que vinham, logo desistiam por não se rentável”, diz a dançarina e professora de dança Patrícia Gasperin, também contemplada pelo prêmio.

Patrícia cursou educação física, e seguiu fazendo aulas e oficinas de todos os tipos de danças. Depois de formada, voltou a Bom Retiro do Sul e continuou procurando espaços para dançar. “Não me achava competente a ponto de dar aulas de dança. Eu não procurei a dança. A dança me procurou”, afirma.

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