Criação de novo bairro em Lajeado divide opiniões

Jardim botânico

Criação de novo bairro em Lajeado divide opiniões

Proposta é do vereador Deolí Gräff. Área sugerida está localizada entre as Avenidas dos Ipês e Aury Sturmer, que compreende os atuais bairros Moinhos d’Água e um trecho do Montanha

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Atualizado sexta-feira,
21 de Maio de 2021 às 07:15

Criação de novo bairro em Lajeado divide opiniões
Proposta é que bairro Jardim Botânico esteja localizado entre as Avenidas dos Ipês (foto) e Aury Sturmer (Foto: Bianca Mallmann)
Lajeado

A ideia de se criar um novo bairro em Lajeado repercute na câmara e na comunidade. Conforme a proposta do vereador Deolí Gräff, a região compreendida entre a Avenida Aury Sturmer e a Avenida dos Ipês daria origem ao “bairro Jardim Botânico”.

De acordo com o parlamentar, dois motivos influenciaram a sugestão. “Primeiro que é uma justa homenagem a Lajeado pelo município ter um jardim botânico. São poucas as cidades que têm um jardim botânico. Essa ideia é uma maneira de valorizar o que Lajeado faz na questão ambiental. Além disso, tende a valorizar um quadrante da cidade que está situado em uma espécie de limbo, ou vácuo urbano”, comenta.

Gräff ainda justifica que boa parte das pessoas que moram nesta área não têm praça, posto de saúde, ou uma creche à sua disposição. De acordo com o vereador, os moradores precisam se deslocar até outras áreas da cidade, para ter acesso a alguns serviços.

“É um processo devagar. Mas é importante começar o debate, esse é o propósito. Ideia é criar comunidades, onde as pessoas possam ter um ponto de encontro, de convivência, para lazer, esporte, orações, reuniões, onde elas possam se organizar e discutir os problemas comuns naquela parte da cidade. A organização comunitária faz diferença na vida das pessoas”.

O próximo passo para viabilizar o projeto, conforme Gräff, é definir os limites para o novo bairro proposto. Audiências públicas para ouvir a opinião dos moradores também devem ser realizadas.

“Os moradores com quem eu conversei foram receptivos e gostaram da ideia. Mas claro que eu conversei com uma parcela dos moradores. Se a maioria entender que está bom assim, eu vou aceitar a decisão. Mas hoje, eu avalio que os moradores dessa área só têm benefícios”.

Opiniões contrárias

A área sugerida para formar o novo bairro compreende em sua maioria partes do Moinhos d’Água e um trecho do Montanha. O presidente da associação de moradores do Moinhos d’Água, Paulo Roberto Schneider, comenta que não identifica um motivo concreto para a criação de um novo bairro no município.

“Não sei porque não se foca mais em outras questões, como ajudar as associações que já existem. Estamos há tempo na busca por um ginásio, uma sede para os nossos moradores. E não vejo esse empenho nesta nossa necessidade que já existe. A área proposta para o novo bairro é muito pequena. Não consigo destacar um ganho para a cidade com isso, a não ser uma homenagem ao local, que inclusive poderia ser feita de outra maneira”, diz Schneider.

Elemar Mucke, também morador do local, explica que percebe a iniciativa como positiva apenas se for para trazer benefícios para a comunidade. “Se for para trazer mudanças e melhorias, é algo bom. Mas se for simplesmente para mudar o nome, não vejo o porquê”, diz Mucke.

Por outro lado, alguns moradores da área comentam que a ideia pode trazer maior visibilidade para os moradores da região, como uma área ao livre, ou até investimentos na área da saúde e educação. A moradora da área, Vanessa Possamai Comel avalia como algo diferente e curioso. “Gostei da ideia. Sempre falo que moro perto do Jardim Botânico, como um ponto de referência. Seria algo diferente, eu ia gostar”, observa.

Viabilidade

De acordo com a Prefeitura de Lajeado, para a criação de um novo bairro se tornar viável, é preciso que a ideia passe por análise técnica da Secretaria do Planejamento, audiências públicas com a comunidade, projeto de lei e alteração do cadastro imobiliário do Município, por exemplo. Além disso, o projeto não alteraria o Plano Diretor. O município explica que tal projeto é baseado em uma proposta de zoneamento, e não em bairros.

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