Nova unidade de jornalismo reúne Jornal NG e Rádio A Hora

Expansão

Nova unidade de jornalismo reúne Jornal NG e Rádio A Hora

Jornal impresso, digital e radiojornalismo reforçam o Grupo A Hora em Estrela, no dia do aniversário dos 145 anos do município

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Atualizado quinta-feira,
20 de Maio de 2021 às 08:02

Nova unidade de jornalismo reúne Jornal NG e Rádio A Hora
Espaço em frente à praça Menna Barreto é a nova sede do jornal Nova Geração e da unidade da Rádio A Hora em Estrela. Foto: Aldo Lopes

Periódico mais antigo da região ainda em funcionamento, o Jornal Nova Geração (NG) reafirma seu protagonismo e potencial de crescimento, ao ser incorporado pelo Grupo A Hora. Depois de completar 55 anos, em 13 de janeiro deste ano, o NG é transferido para novo endereço, em frente à Praça Menna Barreto, local de grandes acontecimentos e eventos da cidade de Estrela e região.

O local é considerado simbólico para a comunicação, que fez história em Estrela. Primeiro jornal no município, O Paladino, que completaria 100 anos no dia 7 de setembro, já funcionou no lugar, onde agora será a nova sede do NG, na Rua 13 de Maio, nº 360.

Veículo de maior força no município, o jornal se confunde com a história de Estrela nas últimas décadas. Seus arquivos, desde a primeira edição, ganharão um espaço especial na nova sede. O ambiente será dedicado à história do jornal e da comunicação em Estrela e região. “Vamos resgatar esta história da comunicação regional, que iniciou por Taquari, se fortaleceu em Estrela e avançou sobre as demais cidades do Vale”, observa o diretor executivo do Grupo A Hora, Adair Weiss.

Estúdio de rádio

Na mesma sede, o Grupo A Hora instala um estúdio de rádio, cuja grade de reportagens e entrevistas será integrada à programação diária da Rádio A Hora. “Lajeado e Estrela, Estrela e Lajeado, são duas cidades protagonistas na economia, na história e na cultura do Vale do Taquari. O A Hora amplia seu espectro de cobertura sobre as duas, por saber da importância de ambas, somadas à força das demais cidades regionais”, destaca Weiss.

A decisão de ampliar sua cobertura na segunda economia regional não é de agora. A BR-386 e o enredo do arranjo produtivo de Estrela denotam o desenvolvimento virtuoso presente e futuro. “O A Hora quer estar perto, para apoiar e fortalecer este movimento desenvolvimentista que Estrela experimenta. Agora, com um jornal local, um portal e um estúdio de rádio, vamos ampliar nosso trabalho em todo município e vizinhos”.

Parte da história

“O NG nasceu de um trabalho solidário, que é também a essência da comunidade de Estrela”, destaca a jornalista Carine Schwingel. Ela esteve à frente do periódico nos últimos cinco anos, e ressalta a importância do jornal por retratar a história do município por mais de meio século.

Primeira edição do jornal em 13 de janeiro de 1966. Foto: Arquivo Pessoal

“Dar sequência a essa evolução é muito positivo para Estrela, é a valorização da essência, da cultura e tradição do município. O A Hora não vem para substituir a marca do jornal, e sim para agregar”, afirma.

Quem também faz parte da história do periódico é o pesquisador e colunista Airton Engster dos Santos, que há três anos mantém a “Coluna do Airton” no Nova Geração.

“O jornal nasceu de uma rebeldia e passou a ter papel comunitário. Também teve alcance nacional quando foi o primeiro veículo de comunicação do Brasil a divulgar, em 1974, que o próximo presidente da República seria Ernesto Geisel”.

Os pioneiros do NG

Equipe do NG, em janeiro de 67. Os últimos à direita são Adonis e Normélio. Foto: Arquivo Airton Engster

O Nova Geração foi fundado por jovens de pouco mais de 20 anos. Daí vem o nome. Os amigos Adonis Fauth, Rosemarie Neurerer, Astor Francisco Hauschild, Euds Pereira Furtado e João Batista de Queiroz iniciaram a produção em uma pequena sala no escritório de advocacia de Adonis. A primeira edição foi publicada em 13 de janeiro de 1966.

“Fizemos 70 exemplares mimeografados e distribuímos pela cidade. O pessoal lia e levava o jornal junto. Tivemos que fazer mais. No fim distribuímos cerca de 230 exemplares e mais tarde criamos a possibilidade do pessoal assinar o jornal”, conta Adonis.

Um ano depois, na Páscoa de 67, aquele periódico que até então distribuía 500 exemplares mimeografados, foi transformado em um jornal impresso e mais tarde passou a imprimir 2,5 mil jornais por edição.

Por 11 anos, o trabalho de Adonis foi voluntário. Quando ele passou em um concurso, teve que se desligar do periódico, que passou por outras diretorias ao longo dos anos. Um dos diretores foi Oswaldo Carlos Van Leeuwen.

“Como ninguém ganhava nada, éramos amadores, isso nos dava uma independência. Não dependíamos de prefeitura, de câmara de vereadores. Com isso tínhamos uma forte credibilidade com a comunidade”, revela Adonis.

Audácia que marcou história

Em maio, no ano de fundação, o então bancário Normélio Eckert passou a fazer parte da equipe de voluntários que produzia o periódico. As notícias eram feitas durante a semana. Mas às sextas-feiras o grupo se reunia para editar e escrever o editorial do jornal que trazia apenas assuntos que circulavam em Estrela.

“Por cinco anos, eu ajudava a redigir as notícias e a entregar os jornais de casa em casa”, lembra Normélio. Nos primeiros anos também eram eles que iam às ruas para buscar publicidades.

O jornal foi idealizador do tradicional concurso Rainha das Praias e de eventos esportivos para angariar fundos e manter a produção. Normélio também lembra de uma Festa de Maio do Lions Club.

“Nesse baile tinham só quatro ou cinco candidatas. O grupo do NG saiu do baile às 4h da manhã e foi escrever, criticando que a festa tinha poucas candidatas. No outro dia, a turma caiu na casa do Adonis”, recorda.

Na semana seguinte, o clube de serviço que também apoiava o jornal tirou o mimeógrafo do grupo e eles espalharam a notícia pela comunidade. Pouco tempo depois, a Delegacia Regional de Ensino ofereceu uma nova máquina para a continuidade do periódico.

“Desde o início, o que queríamos é que o jornal tivesse longevidade, que ele não morresse. Com a chegada do Grupo A Hora, o Nova Geração ganha uma nova vida”, afirma Normélio.

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