Rir é um ato resistência

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

Rir é um ato resistência

Por

Teutônia

Vi nos muitos sorrisos desta semana lágrimas de alegria em expressões de comoção. Eram mães, pais, funcionários e professores incontidos pelo retorno de crianças e jovens aos espaços escolares. Nos sorrisos, ainda que por debaixo das máscaras que seguem tão necessárias, a resistência a tempos e circunstâncias de grande instabilidade deu lugar para um sentimento de mansidão.

O título, assim como todos os fragmentos entre aspas deste texto são de Paulo Gustavo, comediante, ator, dramaturgo que nesta semana nos deixou, face a seu óbito. Paulo Gustavo foi e seguirá sendo uma das grandes referências da comédia brasileira. Nas redes sociais muitas homenagens e alguns comentários, a exemplo de “porque é famoso comentam” ou, ainda, “milhares estão morrendo e são anônimos.”

Paulo Gustavo foi um sucesso, é inegável e possivelmente poucos sabiam das suas angústias, dos seus desafios, das suas batalhas. Permaneceram anônimas. Era famoso, tornou-se famoso e seguirá sendo por duas razões: tinha talento, como poucos, para nos fazer rir. Tinha, na mãe, a coragem para ir ao encontro da felicidade pelas escolhas que fez, a partir do amor incondicional da Dona Déa Lúcia.

Faço da afirmativa de que “rir é um ato de resistência” uma proposição de ação diária. Resistência nada mais é do que ir contra. Contra nosso ímpeto da reação, do impulso, do deu aqui, leva ali. Precisamos de mais leveza. A discordância de opiniões e as diferenças não se resolvem nem com palavras, muito menos com ações agressivas. “Rir é um ato de resistência” à ignorância da sociedade, escancarada pela pandemia. Paulo Gustavo nos fez rir muitas vezes, provocando-nos em relação às coisas banais do cotidiano. Rimos, muitas vezes, da nossa limitação, da nossa ignorância por conta da capacidade que ele tinha de nos demover.

Amanhã será Dia das Mães. Ao pensarmos nela conseguimos sentir o efeito do sorriso que nos causa ou causava. Este que em tantas vezes se colocou no lugar de uma reação impulsiva diante de uma marotisse da infância por entender que “amar não pode ficar somente na declaração . Amor se faz na prática, na ação!” Amanhã será um belo dia para relembrarmos a importância de um sorriso. A partir de segunda-feira recomendo que seja um ato de resistência. O sorriso “cura, alivia, transforma, salva e traz esperança para a vida da gente”.

Termino registrando que na semana que se encerra tenho dores nos músculos da face. Há tempos não sorria tanto! Estou feliz por ver tantas crianças sorridentes e felizes nas escolas. Por ter sorrido com pais e mães aliviados e por poder, amanhã, receber o sorriso e sorrir para a mãe de minhas filhas e para minha mãe, ao tempo em que desejo um abençoado Dia das Mães a todas as mães desse mundo!

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