Nem céu, nem inferno

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

Nem céu, nem inferno

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

No futebol, principalmente o brasileiro, prevalece a cultura do imediatismo. Um técnico chega a um novo clube precisando conquistar vitórias e títulos para ontem. O jogador é apresentado e dele se espera que saiam gols instantaneamente. O futebol gaúcho provou disso mais uma vez nos últimos dias com o Internacional.

O Inter apresentou um novo técnico, de um novo país, e com uma nova cultura de futebol. As críticas vieram antes mesmo dele desembarcar em Porto Alegre. Elas ganharam força após a primeira derrota, justamente para o maior rival, e ecoaram após uma fraca atuação em um jogo completamente diferente do habitual, na altitude de La Paz. Depois da derrota para o Always Ready, parte da torcida e da imprensa já decretava o iminente fracasso de Miguel Ángel Ramírez.

Pois bem, após a derrota por 2 a 0 na Bolívia, vieram vitórias por 5 a 0 no Gauchão e por 4 a 0 sobre o Deportivo Táchira, na Libertadores. Em uma semana, o trabalho passou a ser visto com bons olhos e hoje já é possível vislumbrar um bom futuro no Estádio Beira-Rio.

Eu prefiro ver entre o céu e o inferno que criaram em dois meses de Ramírez em Porto Alegre. A derrota na altitude era previsível, assim como a derrota para o Grêmio não é nenhum resultado fora da curva, muito menos a vitória por goleada sobre a equipe venezuelana.

Não são dois meses de trabalho que vão decretar o sucesso ou o fracasso de um treinador. Daqui dois meses poucos lembrarão sobre como foram as primeiras partidas dele pelo Internacional. A única certeza é que boa parte da torcida e da imprensa continuará fazendo o que faz desde que me conheço por gente. A cada vitória, elogios exagerados. A cada derrota, perigo de demissão.

Começa a era Tiago Nunes

Na semana passada dediquei minha coluna exclusivamente ao Clube Esportivo Lajeadense, que comemorou na sexta-feira seus 110 anos de história. Com isso, não consegui escrever sobre a contratação de Tiago Nunes.

Gaúcho, com passagens pelo interior do estado e com um trabalho exitoso no Athletico, o treinador natural de Santa Maria era o nome óbvio e ideal para assumir o Grêmio após a saída de seu maior ídolo.

Acredito no trabalho de Nunes, um técnico que já se mostrou capaz e que possui boas ideias. Depois do Athletico, tentou a sorte no Corinthians mas não conseguiu atingir bons resultados. Na Arena, terá um cenário bem diferente do que encontrou em São Paulo.
Se manter algumas ideias de Renato, usar a base e conseguir passar para a equipe o que pensa sobre o futebol, ele pode ter um futuro muito bom em Porto Alegre.

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