Invasão de peixes carnívoros exóticos preocupa regiões vizinhas

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Invasão de peixes carnívoros exóticos preocupa regiões vizinhas

Espécie de piranha nas águas da área central do RS ameaça o ecossistema e pode prejudicar a pesca e banhos nos rios

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Invasão de peixes carnívoros exóticos preocupa regiões vizinhas
Foto: Divulgação
Estado
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De origem da bacia do Rio Uruguai, as palometas (piranhas vermelhas) se deslocaram para o Rio Jacuí. Desde março, os peixes carnívoros considerados exóticos no sistema hídrico da região central do RS foram capturados por pescadores em municípios como Vale Verde.

“No município já foram pegos peixes em todas as localidades. Estamos monitorando os pontos onde foram pescados as palometas ou onde os animais danificaram redes de pesca”, ressalta o diretor do departamento do Meio Ambiente, Rodrigo Klamt.

Conforme ele, além de Vale Verde, há relatos de aparições da piranha vermelha desde Cachoeira do Sul até a localidade de Santo Amaro, em General Câmara.

Como se trata de um animal exótico, preocupação de autoridades é a ameaça ao ecossistema. O peixe não possui predador natural e a população das palometas pode crescer consideravelmente com o passar do tempo.

A piranha vermelha também pode prejudicar economicamente os pescadores pelos ataques a outras espécies nativas como o jundiá, pintado, tilápia e traíra, entre outros.

Embora não tenham por hábito atacar humanos, isso pode acontecer se o banhista apresentar algum tipo de ferimento ou corte que possa atrair as palometas em função do sangue.

Klamt relata que há uma preocupação com as áreas de banho, entretanto nenhum ataque foi registrado até o momento em Vale Verde.

Motivos da proliferação

A invasão de palometas no Jacuí é um fenômeno visto faz décadas nos rios da região central do estado, reforça o extensionista rural da Emater, João Sampaio. Na avaliação dele, a sequência de estiagens pode ter criado condições adequadas para a migração dos peixes exóticos em 2021.

A extinção do dourado, predador natural do palometas, também pode incentivar a proliferação no sistema hídrico local.

Terceiro fator pode ser o aquecimento global, reforça o biólogo e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Andreas Köhler. Em entrevista à Rádio Rio Pardo, explicou que o aquecimento das águas favorece a criação das palometas.

Uma alternativa citada pelas autoridades para conter o avanço das piranhas vermelhas seria a soltura de alevinos dourados com a conscientização dos pescadores de não capturar essa espécie.

Rio Taquari ameaçado?

Conforme registros da Folha do Mate, de Venâncio Aires, o Rio Taquari já sofreu com a vinda de palometas na década de 80. Nos últimos anos, o fenômeno não foi mais registrado, relembra Sampaio.

Para 2021, o extensionista rural da Emater percebe a possibilidade dos peixes carnívoros chegarem aos rios do Vale do Taquari. “Pode acontecer, mas quando é como depende da natureza e de uma série de fatores que não podemos controlar”, conclui.

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