Covid, Universidade e Regime Militar

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Covid, Universidade e Regime Militar

Por

Vale do Taquari

Logo nos primeiros meses da pandemia, e ainda atuando como reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), ele foi apresentado à nação como um dos coordenadores de uma instigante pesquisa de prevalência da covid-19 em todo o Brasil. Naquele momento, todos lembram, ainda eram escassas as informações acerca do temido vírus. Passados alguns meses, e o agora ex-reitor passou a se destacar pelas fortes posições contrárias ao governo federal. Nesta semana, ele recebeu a Medalha Mérito Farroupilha e, em seu discurso virtual, atacou o Regime Militar. Definitivamente, o professor Pedro Hallal é um dos personagens deste período pandêmico.

A homenagem ao ex-reitor contou com a presença de diversas autoridades, como o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), o presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza (MDB), o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Estilac Xavier, e até o ex-governador de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Ao receber a distinção, Hallal, que chegou a ser denunciado à Controladoria-Geral da União (CGU) após críticas ao governo federal, voltou a apontar o dedo para o lado mais à Direita da nação. “Se hoje eu posso falar aqui, preciso lembrar que foi às custas de muitos que não tiveram a mesma chance durante um longo período de ditadura militar.”

O governador também se manifestou durante a cerimônia. “A trajetória do professor Hallal é de inspiração importante para nossos jovens, crianças, mais velhos e para todos aqueles que querem acreditar num futuro melhor”, afirmou. O deputado Gabriel Souza prosseguiu. “Orgulho de entregar a medalha para um cientista brasileiro, gaúcho”. Por fim, Haddad. “Você está recebendo essa homenagem por tudo o que você representa para o estado. Soube resistir às intimidações que lhe fizeram e colocou a verdade, a Ciência e o seu compromisso com o País acima de qualquer interesse pessoal”, elogiou. Foi um movimento e tanto. E agora, quais serão os próximos passos de Hallal?

Encantado e o turismo

A obra do Cristo Protetor em Encantado é a realização de diversos sonhos. É uma obra comunitária e que vai agregar valor para todo o Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, Brasil e América do Sul. Será a maior estátua do Cristo no país, superando o emblemático Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ). Deve ser inaugurado ainda em 2021. Paralelo a isso, o histórico Moinho de Palmas, que foi um dos pontos mais frequentados da cidade no passado, passa por reformas dentro do Parque João Batista Marchese. A réplica do prédio será outro forte atrativo turístico na cidade. E isso deve atrair, muito em breve, novos investimentos. Aguardemos!

 

 

 

 

Privatização da Corsan

Em Lajeado, a Câmara de Vereadores votou o requerimento de número 416, assinado pelo vereador Antônio Marcos Schefer (MDB), e que solicitava o envio de uma Moção de Repúdio ao Governador Eduardo Leite, referente à privatização da Companhia Rio-grandense de Saneamento (CORSAN). A medida, porém, foi rejeitada por 10 votos a 4. Entre os 15 parlamentares lajeadense, apenas Schefer, Carlos Ranzi (MDB), Vavá (MDB) e Sérgio Kniphoff (PT) se manifestaram contra a privatização. Situação semelhante ocorreu em Viamão. Por lá, a Moção de Repúdio também foi rejeitada. Gostando ou não, é um forte indício sobre o futuro da estatal.

O estagiário, a sindicância e o MP

A sindicância instaurada pelo Governo de Lajeado para avaliar a contratação – com dispensa de licitação – de uma empresa de publicidade pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer foi arquivada em dezembro. O proprietário da empresa é um ex-estagiário da mesma secretaria, e que também era filiado ao mesmo partido do secretário, o PSDB. O relatório interno da comissão aponta que a contratação registrada em seis de dezembro de 2019 “seguiu o rito contratual”, e a proximidade partidária entre contratante e contratado “não pode ser considerado óbice” ao acordo.

O contrato era de 12 meses. Mas a própria Secel, que sempre defendeu a legalidade do rito contratual, optou pelo rompimento do acordo no dia seis de fevereiro de 2020, apenas dois meses após a contratação da empresa do ex-estagiário e correligionário do PSDB. Sobre isso, os membros da comissão de sindicância não se manifestaram. Concluíram, apenas, que não houve queixas ao trabalho e tampouco ao valor acordado. Uma conclusão insuficiente para o Ministério Público. Na semana retrasada, a promotoria instaurou inquérito civil para analisar o fato.

Insalubridade remota?

A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre instaurou procedimento para verificar “eventual irregularidade no pagamento de adicional de insalubridade aos servidores da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, que exercem suas atividades de forma remota, desde março de 2020”.

Terrários urbanos

Após emplacar a legalização dos parklets, a vereadora Ana da Apama (MDB) encaminha à Secretaria de Planejamento e Urbanismo uma solicitação para que a equipe estude a possibilidade de implementar no município os chamados “Terrários Urbanos”. O objetivo é seguir o exemplo de Porto Alegre que, no fim de março, publicou o primeiro edital de licitação para implementação destes espaços. Trata-se de espaços urbanos de lazer e convívio da população, implementado e gerido pela iniciativa privada, com possibilidade de contrapartida para exploração comercial. Hoje, segundo a parlamentar, são mais de 1,5 mil imóveis propícios para o referido uso na cidade.

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