O preço da credibilidade

Editorial

O preço da credibilidade

O preço da credibilidade
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O jornalismo está no DNA das sociedades democráticas. Quanto mais sólidos esses preceitos de liberdade, mais forte a importância dos veículos de comunicação. Na base dessa defesa está o profissional de imprensa. Hoje, 7 de abril, é o Dia do Jornalista.

Em meio a maior pandemia do século, a importância desses trabalhadores ficou ainda mais evidente. Ainda que correntes políticas tentem fragilizar a profissão, desgastar a imagem dos profissionais e de empresas jornalísticas, a atuação diária, o quase sacerdócio de informar, continua. Supera dificuldades e busca cumprir com o dever de defender a cidadania.

O momento grave evoca a necessidade da informação na vida das pessoas. Seja pelo rádio, pelo jornal ou pela internet, a verdade está no cerne da atuação responsável e profissional dos jornalistas. O reconhecimento da sociedade aparece por vezes na rotina de contatos dos repórteres, nas entrevistas, ou mesmo nas interpelações com leitores e ouvintes pelas ruas. A relevância desse ofício só é questionada por quem não tem apreço pela democracia.

Aqueles que atacam a liberdade de imprensa passarão, enquanto o jornalismo de qualidade, comprometido com a busca incessante da verdade factual, permanecerá fundamental nas sociedades democráticas. Credibilidade é uma palavra similar a confiança, em especial por serem qualidades inegociáveis. Não há dinheiro que compre. É preciso conquistá-la.

Neste 7 de abril, mais do que parabenizar os profissionais, é preciso pensar. Olhar para a realidade do país, das mais de 300 mil mortes motivadas por uma doença infectocontagiosa que mudou para sempre a relação entre as pessoas no mundo.

Entre elas, estão centenas de profissionais de imprensa. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) calcula que são 169 jornalistas mortos pela covid-19. Na comparação com outras nações, o Brasil é o país com o maior número de vítimas entre essa classe. Só nos quatro primeiros meses deste ano, foram 86 óbitos. Mais do que todo o ano passado, quando houve 78 registros.

Em memória a estes jornalistas e também de todos os brasileiros mortos, o dever de quem fica é não propagar essa doença. Junto com isso, todos precisam aprender a conviver com o diverso, sem criar guerras por causa de opiniões diferentes. A polarização política só fragiliza a sociedade e abre espaço para o totalitarismo.

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