Under pressure… Eu sou egoísta… Por que não, por que não?

Opinião

Carlos Cyrne

Carlos Cyrne

Professor da Univates

Assuntos e temas do cotidiano

Under pressure… Eu sou egoísta… Por que não, por que não?

Por

Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Lá no distante mês de maio fiz referência a uma música do Bezerra da Silva: Farinha pouca, meu pirão primeiro. As movimentações que vivíamos para mitigar o impacto da pandemia eram muitas. Fui levado a acreditar que os serem humanos se preocupavam com os outros.

Passados dez meses, me pego pensando novamente se somos egoístas ou não. Então lembrei de duas outras canções: Eu Sou Egoísta (Raul Seixas) e Under Pressure (David Bowie).

O atual momento me faz acreditar que as duas músicas “conversam entre si”, mesmo que tenham alguns anos de diferença e muitos em relação ao momento atual.

A pandemia cresceu de intensidade, ao invés de retrair, trazendo consigo uma sensação de “Se você acha que tem pouca sorte… Se lhe preocupa a doença ou a morte…” e uma intensa de ansiedade decorrente disto. Muito embora “…o que você quer em sua vida é só paz… E você chora, você reza Você pede, e implora…”, mas, infelizmente “o homem é o exercício que faz…” e o que tenho observado é que “Eu sou ista, eu sou ego…Eu sou ista, eu sou ego…

Eu sou egoísta… Por que não, por que não? O que vemos são: aglomerações, festas clandestinas (até mesmo de idosos, como a que foi noticiada em São Paulo); responsabilização das autoridades; clamor por mais fiscalização.
Ao mesmo tempo o que menos se vê é o questionamento: e qual a minha responsabilidade? Qual é “…a parte que me cabe neste latifúndio…” (mas esta já é outra música).

Talvez este comportamento seja decorrente da pressão a que estamos submetidos e que “divide uma família em duas…” em virtude das correntes de pensamento que hora dizem: fique em casa; hora afirmam que o mundo não pode parar, que a economia precisa girar. “A que ponto chegou o mundo… Rezo para que o amanhã me deixe mais animado… mas ele está tão rachado e despedaçado…”.

No entanto, não precisa ser assim, é possível demonstrar amor, pois “o amor te desafia a se importar com as pessoas… desafia você a mudar nosso modo de nos preocupar com nós mesmos…”. Podemos deixar de ser egoístas, mesmo sob pressão. Por que não, por que não?

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