Bandeira preta, cogestão suspensa e risco  de lockdown

Pandemia no Vale

Bandeira preta, cogestão suspensa e risco de lockdown

Apesar das restrições impostas no funcionamento das atividades produtivas e da orientação de reduzir o fluxo de pessoas, o RS e o Vale do Taquari verificam aumento nas taxas de contágios, de internações e de óbitos. Situação crítica do avanço da pandemia antecipa análise do Executivo gaúcho e pelo menos os próximos sete dias serão de continuidade da bandeira preta. Cidades do Litoral e do Vale do Rio Pardo decidem por lockdown neste fim de semana

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Bandeira preta, cogestão suspensa e risco  de lockdown
(Foto: Filipe Faleiro/arquivo)
Vale do Taquari

Com mais de 100% de ocupação dos leitos de UTI, o Vale do Taquari vive o momento mais dramático da pandemia. Desde o início desta semana, há uma contínua elevação dos casos. Um quadro homogêneo em todo o território gaúcho.

Tanto que o governo do Estado antecipa a definição sobre o mapa de distanciamento controlado. A rodagem dos dados é apresentada à população em todas as sextas-feiras. Como não houve melhoria nos índices da pandemia, ontem mesmo o Piratini já confirmava a continuidade do grau de risco elevadíssimo de contaminação.

Às 14h desta sexta-feira, ocorre uma reunião entre o governador Eduardo Leite e os representantes de todas as regiões do estado. Na ocasião, o chefe do Executivo gaúcho apresenta a sugestão por mais uma semana de suspensão do modelo de cogestão.

O sistema foi criado para dividir responsabilidades entre Estado e municípios. A partir do cumprimento dos critérios previstos nos decretos, os representantes das cidades podem adotar medidas mais ou menos restritivas.

Conforme o presidente da Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs), Emanuel Hassen de Jesus, a posição da entidade será definida neste encontro. “Não tivemos reunião específica para deliberar sobre continuidade ou não da cogestão. Mas, em minha opinião, não há outro caminho. Da semana passada para cá, os números, infelizmente só pioraram. O mais lógico e vislumbrando o que esperamos, é manter essa suspensão”, argumenta.

Por meio de nota, a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), manifestou que a decisão sobre as medidas de contingenciamento para a próxima semana partem do governo estadual. “O momento exige ações assertivas, equilibradas e, principalmente, coletivas para enfrentar este momento crítico de avanço da pandemia.”

Informações extraoficiais dão conta de que a entidade representativa dos gestores municipais irá acatar a sugestão de manter mais uma semana com as regras determinadas pelo Piratini, com a cogestão suspensa. Significa que atividades consideradas não essenciais devem ter mais uma semana de fechamento.

Debate sobre lockdown

A sugestão de ser mais restritivo e limitar o fluxo de pessoas, feita pela comissão Intergestora Regional da 26ª Região e a Comissão Intergestora Regional da 30ª região, compostas pela 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e por secretários municipais de saúde, abriu o debate sobre essa possibilidade na região.
No litoral norte, os prefeitos decidiram restringir mais atividades comerciais no fim de semana. Todos os estabelecimentos serão fechados, inclusive supermercados.

Dentro da macrorregião dos vales do Rio Pardo e Taquari, a prefeita de Santa Cruz, Helena Hermany, sugeriu a todos os prefeitos para adotar medida semelhante.

Em reunião na tarde de quinta-feira, a decisão de lockdown no fim de semana foi aprovada por unanimidade pelos prefeitos da região, a partir de assembleia da associação dos municípios daquela região (Amvarp).

decreto estabelece o fechamento de todas as atividades e estabelecimentos não considerados essenciais, além de restringir a circulação de pessoas. A medida vale a partir da noite de hoje e se estende até a manhã da próxima segunda-feira.

No Vale do Taquari, essa possibilidade divide opiniões. Para o presidente da Famurs, que é ex-prefeito de Taquari, fazer um fechamento no fim de semana é uma alternativa válida. “Estamos em uma situação caótica. A única opção que temos é restringir a circulação de pessoas. Nós falhamos enquanto sociedade em cumprir os protocolos, em garantir o controle da pandemia.”

Para ele é compreensível a decisão do Vale do Rio Pardo e do Litoral. “Digo mais, é louvável que esses prefeitos adotem medidas para proteger a população.”

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