Pouco movimento e muitas dúvidas

Semana de bandeira preta

Pouco movimento e muitas dúvidas

Especificações das regras quanto ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais confunde trabalhadores e empresários

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Pouco movimento e muitas dúvidas
(Foto: Filipe Faleiro)
Vale do Taquari

A rua mais movimentada da região, a Julio de Castilhos, em Lajeado, estava quase deserta. Passava do meio dia, horário em que muitos trabalhadores se deslocam para o almoço. Com os restaurantes apenas podendo vender viandas, a moradora de Nova Bréscia, Brenda Souza, 21, precisou comer na rua. “Enquanto não vem ninguém me mandar embora, vou ficando.”

Sentada nas escadas, próxima do acesso ao HBB pela Júlio de Castilhos, ela veio a Lajeado para acompanhar a sogra, dona Olívia, que precisava passar por um procedimento no Hospital Bruno Born. A informação de que os restaurantes não poderiam receber os clientes a surpreendeu. “Não sabia o que fazer. Então peguei a vim comer na rua mesmo.”

O ramo da alimentação foi um dos atingidos pelas mudanças no funcionamento, impostas pelo decreto publicado no sábado passado. Os restaurantes dentro da área urbana têm critérios diferentes para estabelecimentos que ficam às margens das rodovias.

O comércio varejista também precisou se adaptar. Apenas com vendas no formato pague e leve, ou para atender clientes que precisam pagar carnês.

Essa determinação provoca reações. O presidente da Federação das Câmaras de Comércio Lojista do RS (FCDL), Vitor Augusto Koch, por meio de carta aberta ao governador Eduardo Leite, afirma que as lojas, fábricas e prestadores de serviços respeitam as regras de distanciamento e higiene e iraram alvo das sanções no funcionamento.

No documento, afirma que fechar o setor produtivo não detém os contágios. “Por outro lado, multiplica o empobrecimento dos gaúchos pelas falências, desemprego e suas decorrências na direção das várias e lamentáveis facetas da miséria humana.”

O presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, endossa o apelo para revisão das normas sobre o funcionamento dos estabelecimentos. “Desde o início da pandemia, o setor de comércio e serviços vem implementando protocolos rígidos para evitar aglomerações, higienizar espaços e promover o uso de máscaras e o distanciamento, colaborando para conscientizar a população sobre novos hábitos a serem adotados. Com isso, foi possível, durante meses, evitar picos da doença e manter a ocupação hospitalar sob controle, evidenciando que é viável manter a atividade econômica de praticamente todos os setores com segurança”, afirma o dirigente.

As regras impostas para as regiões de bandeira preta começaram a valer no sábado e se estendem até o fim desta semana. A continuidade das medidas dependem da nova rodagem do distanciamento controlado, que ocorre na tarde de sexta-feira.

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