Grupo de médicos sugere ivermectina para conter contágios

Saúde

Grupo de médicos sugere ivermectina para conter contágios

Mesmo sem comprovação de eficácia, clínicos de Lajeado pretendem apresentar sugestão para uso do medicamento para trabalhadores da indústria e do comércio. Conforme profissionais, substância inibe propagação do vírus no organismo

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Grupo de médicos sugere ivermectina para conter contágios
Medicamento divide opiniões sobre uso no tratamento da covid-19 (Foto: Divulgação)
Brasil
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Um grupo com pelo menos 30 médicos de Lajeado elabora um documento com o que chamam de evidências de que a ivermectina pode funcionar como uma inibidora da multiplicação do novo coronavírus no organismo.

“Nosso intuito é reduzir a circulação do vírus na cidade”, diz o pneumologista e secretário de Saúde do município, Cláudio Klein. De acordo com ele, essa alternativa vem depois da primeira defesa dos médicos, de cumprimento dos protocolos de distanciamento social.

“A opção do uso da ivermectina não é como um profilático, como o kit covid (ivermectina, cloroquina, zinco e vitamina D), usado quando há os primeiros sintomas. Mas como uma substância que pode evitar que a pessoa desenvolva a doença”, afirma.

Para que o “tratamento prévio” ganhe capilaridade em Lajeado, a ideia é divulgar os resultados das análises prévias para trabalhadores do comércio e da indústria. Em seguida, apresentar ao Ministério Público a adoção da medida em âmbito público, como forma de justificar a compra da substância, que deve ser oferecida na farmácia básica.

De acordo com Klein, para que esse material comece a ser distribuído, ainda é necessário ajustes no documento e a aprovação do grupo de médicos. “Nossa ideia é deixar em aberto, caso o trabalhador tenha interesse em usar a substância.”

Em julho do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a exigir receita médica para compra da ivermectina nas farmácias. A medida foi adotada visando impedir o uso indiscriminado do medicamento.

Sem evidências, diz laboratório

Na semana passada, o grupo intitulado Médicos pela Vida – Covid-19, circulou um anúncio em diversos veículos de comunicação do país. No material, defendem o chamado “tratamento precoce”, com o uso de medicamentos como cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D.

No início deste mês, a farmacêutica Merck (MSD no Brasil) divulgou um comunicado afirmando que não há evidências pré-clínicas e nem clínicas de eficácia da ivermectina no combate à covid-19.

“Atualmente, as principais sociedades médicas e organismos internacionais de saúde pública não recomendam o tratamento preventivo ou precoce com medicamentos, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil”, diz trecho de texto divulgado em janeiro deste ano pela Sociedade Brasileira de Infectologia e pela Associação Médica Brasileira.

O CFM (Conselho Federal de Medicina) não recomenda o uso de medicamentos do chamado “kit Covid”, como a cloroquina, para o tratamento da Covid-19, mas reconhece a autonomia do médico para prescrever o uso aos pacientes.

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