“Alguns setores estão pagando mais o preço do que outros pelas más atitudes”

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“Alguns setores estão pagando mais o preço do que outros pelas más atitudes”

Economista Fernando Röhsig participou do programa da Rádio A Hora 102.9 e destacou as projeções para este ano na economia e a pandemia do coronavírus

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“Alguns setores estão pagando mais o preço do que outros pelas más atitudes”
(Foto: Ana Carolina Becker)
Brasil
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O programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, recebeu na manhã desta segunda-feira, 1º, o economista Fernando Röhsig. Entre os assuntos abordados estavam a atual conjuntura econômica do país e o papel do Estado e da sociedade como fiscalizadores durante a pandemia.

Para o economista, o comércio “paga o pato” porque pode ser fiscalizado. “Eles vão lá e ameaçam tirar o alvará do comerciante, mas não é nos estabelecimentos que está a aglomeração”, afirma. De acordo com ele, “alguns setores estão pagando mais o preço do que outros pelas más atitudes”, analisa.

Conforme o comentarista, é preciso acompanhar e resolver as variantes da covid-19. “Estamos há um ano nessa situação, provavelmente ficaremos mais tempo do que imaginamos. Voltamos ao cenário de incerteza”, salienta.

Fiscalização mais eficiente

Conforme Fernando Röhsig, é necessário ter mais fiscalização e também ações que mostrem o que deve ser feito da forma correta. “Fiscalização não é somente feita pelos órgãos de segurança, mas também pela imprensa e órgãos de justiça. Além disso, os que estão vacinados poderiam ser voluntários e ajudarem a denunciar e fiscalizar”, sugere.

De acordo com o economista, se não parte do indivíduo ter consciência é preciso ajuda do Estado. “É ele que tem ferramentas para passar a mensagem. Sim, é necessário colocar carro de som, ir nos lugares e enfrentar situações de aglomeração”, avalia.

Segundo o comentarista, as pessoas precisam se conscientizar. “Tem vacina? Ótimo! Mas isso não quer dizer que você não deve mais usar máscara e álcool gel. É uma questão de individualidade e de consciência coletiva”, salienta.

Röhsig acredita que “não vamos passar por isso em uma semana” e que a atitude individual precisa permanecer enquanto durar a pandemia. “Existem variações do coronavírus, então precisamos manter os cuidados”, ressalta.

Boletim Focus

Outro tema analisado por Röhsig foi o Relatório Focus, divulgado na sexta-feira, 26, que traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções do mercado para a economia. Para ele, estima-se que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) deve ficar em 4%. Já o dólar permanece acima de R$ 5 sem perspectiva de baixar. A inflação segue acelerada e o câmbio não recua. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) sinaliza 28% e a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) fica em 4% devendo aumentar.

De acordo com o economista, o preço do barril de petróleo passou de US$ 40 para US$ 60, de outubro de 2020 a fevereiro de 2021. “A projeção é de que vá subir para US$ 70 a US$ 80, o que é preocupante porque em menos de um ano vai dobrar o preço do combustível”, pontua.

O Banco Central, segundo ele, diz que vai ter um equilíbrio entre a oferta e a demanda, o que fará o preço baixar. “Mas estamos em março e não vimos nada até agora”, analisa.

 

Ouça o comentário de Fernando Röhsig na íntegra:

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