Monitoras da rede municipal fazem ato após morte de colega

Educação de Lajeado

Monitoras da rede municipal fazem ato após morte de colega

Profissionais de pelo menos nove escolas infantis aderiram ao movimento que reivindica mais segurança e vacina a servidores da área

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Atualizado terça-feira,
23 de Fevereiro de 2021 às 09:57

Monitoras da rede municipal fazem ato após morte de colega
Após expediente, monitoras homenagearam colega com cartazes. Foto: Bianca Mallmann
Lajeado

Monitores das Escolas de Educação Infantil (Emeis) de Lajeado organizaram protestos pacíficos durante a segunda-feira, para reivindicar a inclusão de trabalhadores da educação no quadro prioritário de vacinação contra a covid-19. As manifestações em reação à morte da monitora da Emei Criança Feliz, do bairro Campestre, Cátia Alexandra Facioni, aos 34 anos, ocorreram em ao menos nove instituições.

Vestindo preto e com cartazes em homenagem a Cátia, monitoras de diversas Emeis homenagearam a colega vítima da covid-19. Ela estava internada no Hospital de Estrela desde o dia 12 fevereiro.

Conforme a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Prefeitura de Lajeado e representante do movimento no setor, Patrícia Rambo, os protestos são uma forma de manifestar o luto e pedir por mais segurança. “O ambiente escolar, principalmente na rede infantil, é um cenário diferente do que lidar com adultos. As crianças ainda não compreendem que não podem abraçar o professor e o que é manter o distanciamento, já que a rede infantil é muito afetiva”, relata.

O pedido por vacinas contempla todos os servidores da educação, incluindo professores, monitores, serventes e equipe administrativa. “A comunidade escolar precisa compreender que é necessário cumprir todos os protocolos de isolamento e prevenção para que as instituições sigam com o atendimento presencial. Pais e responsáveis precisam se unir aos professores para conquistar a vacina para a classe”, avalia.

Protocolos específicos para educação infantil

Outra reivindicação das monitoras é sobre o reforço nos protocolos de segurança. De acordo com uma monitora da Emei da Campestre, que prefere não se identificar, o abraço e o colo fazem parte da convivência na educação infantil. “Com esses movimentos, podemos ser infectadas e não temos controle nem protocolo para essa situação”, relata. Para ela, a vacinação é o único caminho para que todos fiquem em segurança no ambiente escolar.

Reivindicação justa

A secretária da Educação, Vera Plein, reforça que a educação, assim como em outros setores, também é acometida pelo vírus. Conforme ela, o falecimento da monitora foi recebido com muita tristeza pela pasta.

“Apesar de exigirmos e seguirmos os protocolos de prevenção, ainda assim, o vírus está presente e circula em todos os meios. Acabamos não tendo o controle por conta do aumento do número de casos no município”, explica.

A secretária reforça que já encaminhou um pedido de prioridade para a vacinação dos servidores da educação ao prefeito. “É o que está no alcance da secretaria. Após, a administração encaminha para o governo do estado”, esclarece.

Vera classifica a reivindicação da classe justa. “São eles que trabalham no dia a dia e percebem a necessidade”, explica. No entanto, a secretária avalia que os Ministérios da Educação e da Saúde deveriam decidir em conjunto sobre a inclusão no quadro de vacinas e valorizar a classe, tendo em vista a perda pedagógica e emocional já causada nos alunos durante as aulas remotas.

Atividades presenciais

Conforme a secretária Vera, todos os servidores da administração considerados grupo de risco da covid-19 foram orientados a solicitar perícia médica promovida pelo setor de Recursos Humanos da prefeitura. Caso aprovados na perícia, poderiam retornar aos postos de trabalho, explica a secretária. Na educação, são cerca de 1,2 mil servidores.

Monitora infantil e agricultora familiar

Cátia estava internada desde 12 de fevereiro para tratar a covid-19. Foto: Arquivo Pessoal

A monitora infantil Cátia Alexandra Facioni também atuava na agricultura na propriedade da família, em Novo Paraíso, em Estrela. Ela faleceu na madrugada de domingo, 21, após quase 10 dias internada na UTI do Hospital de Estrela (HE).

Cátia foi uma das seis pessoas que testaram positivo para a covid-19 na Emei do bairro Campestre. Conforme o boletim informativo do HE, Cátia possuía as comorbidades de hipertensão e obesidade. A mãe da monitora, Loreci Facioni, também contraiu a covid-19, e está internada em Estrela.

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