Comunicação Não-Violenta: o resgate humanizado

Opinião

Caroline Lima Silva

Caroline Lima Silva

Assuntos e temas do cotidiano

Comunicação Não-Violenta: o resgate humanizado

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Lajeado

Muito se tem falado na dificuldade de comunicação das pessoas. Em tempos de redes sociais, onde tudo o que se diz é permitido, tem base no senso comum e se torna amplificado, comunicar de forma assertiva é uma arte. Mais do que isso: acaba por ser um desafio diante do poder que a palavra tem na nossa vida. Os indianos nos ensinam que a palavra é mantra e ecoa no Universo e, uma vez proferida, é tal qual a flecha que é lançada e não se pode mais mudar o rumo. Neste sentido, a Comunicação Não-Violenta apresenta-se como uma ferramenta não apenas para servir de auxílio na harmonia das relações, mas também para resgatar o seu aspecto mais natural, humanizado e compassivo. Humanizado principalmente, porque a maioria das pessoas cresceu utilizando uma linguagem que estimula a rotular, comparar e julgar, o que sem dúvida, contribui para uma série de más interpretações errôneas.

Marshall Rosenberg, psicólogo americano, desenvolveu o método comunicativo chamado Comunicação Não-Violenta no começo dos anos 1970, servindo de guia para a resolução de conflitos em mais de 65 países ao redor do mundo. A CNV nos aponta que o amor é o estado mais natural do ser humano, e não o ódio, pois os comportamentos violentos resultam de nossos condicionamentos, construídos social e culturalmente. Nos diversos exemplos sociais da aplicação de CNV, encontra-se a prioridade de considerar os valores comuns entre todos, uma atitude baseada na empatia. Assim, entende-se que muito do que é entendido tem muito mais a ver com quem ouve do quem fala, já que se sabe que percebemos o mundo através de nossos paradigmas preestabelecidos, projetando o que temos dentro de nós ao externo. Tentamos sempre encaixar o que observamos na fôrma dos nossos esquemas mentais, o que, de fato, acaba por resultar na distorção da realidade.

Dessa forma, observar o que é dito sem julgamentos, percebendo a necessidade e o sentimento da outra pessoa constitui-se no primeiro passo rumo a uma comunicação harmoniosa entre as pessoas. Não basta ouvirmos o outro, é necessário sairmos de nós mesmos para uma condição de presença, o que presume atenção plena e consideração. Um exercício diário que todos deveríamos fazer, dada a nossa responsabilidade no mundo. Cabe a você aceitá-lo ou não.

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