O necessário debate sobre ASSESSORES

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

O necessário debate sobre ASSESSORES

Por

Estado

“A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul informa que tomou conhecimento através do progra­ma Fantástico, da Rede Globo, de denúncias contra o deputado Ruy Irigaray (PSL). O caso será imediatamente encaminhado aos ór­gãos competentes do Poder Legislativo para averi­guar as denúncias e providências cabíveis.” A nota oficial do legislativo gaúcho é um constrangedor mea culpa. Por lá, todos sa­bem que o número excessivo de assessores parlamentares é um convite à desforra. Foi assim no passado. É assim no presente. E assim será no futuro, caso não ocorram mudanças drástica nesta in­digesta política paternalista.

As denúncias levadas ao Ministério Público contra o deputado do PSL – o se­gundo mais votado no RS, com 102 mil votos – são graves. As imagens apresentadas por uma ex-asses­sora mostram pessoas realizando a reforma da casa da sogra de Irigaray, em uma área nobre de Porto Alegre. “Essas pessoas foram contratadas como assessores na Assembleia Legislativa. Não faziam os serviços administrativos que seria o correto dos assessores. Foram contratados para fazer a manu­tenção dessa residência”, afirma a ex-assessora. O fato teria ocorrido em 2020, quando os servidores – supostamente – atuavam em home office.

E ela foi longe nas denúncias. Segundo a ex-as­sessora do representante do PSL, além da reforma, assessores também faziam faxinas, cuidavam dos cachorros e serviam como babá e motorista das filhas de Irigaray. O deputado estadual e ex-secre­tário estadual de Desenvolvimento Econômico e

Turismo do governo de Eduardo Leite (PSDB) tam­bém teria proposto um esquema de “rachadinha”, e ainda estaria por detrás de um suposto “gabinete do ódio” em seu gabinete, com o intuito de atacar adversários. Entre os envolvidos, três assessores com salários entre R$ 2,7 mil e 14,2 mil mensais.

A denunciante apresentou detalhes na matéria divulgada no domingo à noite. Às câmeras, demons­trou indignação. Afirmou, entre outras frases de efeito, que a sociedade gaúcha estava bancando os supos­tos caprichos do deputado e ex-secretário estadual. Mas a denunciante, é bom que se diga, faz parte deste esque­ma de corrupção. Passiva ou ativamente. Nesse enrosco todo, caro leitor, não há vítimas a não ser o pagador de impos­tos. Quem aceitou ou mesmo corroborou com os atos apre­sentados na denúncia também devem responder por atos de corrupção. Todos estavam cientes. Logo, e se confirmadas as suspeitas, todos são corruptos.

Por fim, é bom que o debate sobre o excesso de assessores parlamentares não desande para uma nova guerra ideológica entre Bolsonaristas e seus mais dispersos adversários. Irigaray, todos sabem, tem forte ligação com o presidente da república e isso será usado por quem não está efetivamente preocupado com o real problema. O mesmo já ocorreu com o filho do presidente, Flávio Bolsona­ro, o que deixou em segundo plano o debate efetivo sobre o problema institucionalizado das “racha­dinhas” na assembleia do Rio do Janeiro. Acima das questões ideológicas, é preciso acabar com os caprichos dos nossos políticos. Chega de bancar dezenas de assessores particulares!


Concessões rodoviárias

A Assembleia gaúcha analisa proposta do Executivo estadual que possibilita concessões rodoviárias por meio de licitações por menor tarifa, maior outorga ou combinação dos dois critérios, em linha com os projetos atuais do governo federal. Com isso, justifica o governo, espera-se aumentar os investimentos no se­tor e reduzir desequilíbrios nos custos logísticos entre as regiões.


Duplicação ERS-130/129/453

Na próxima semana, o Conse­lho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) entrega um ofício ao governo do Esta­do, com as principais demandas e reivindicações compiladas pelos 12 municípios lindeiros às rodovias estaduais que cruzam o Vale do Taquari e que ainda estão sob gerência da Empre­sa Gaúcha de Rodovias (EGR). Com a concessão, obras de arte e duplicações devem ocorrer com maior celeridade. Além disso, os prefeitos debatem os pontos para as praças de cobrança. Líderes de Encantado, por exemplo, já cobram o fim do pedágio na cidade faz anos.


Codevat segue em Encantado

Luciano Moresco, o novo presidente do Co­devat, afirma: ao menos em 2021, a sede do conselho de desenvolvimento do Vale do Taqua­ri ficará em Encantado. Havia a previsão de concretizar ainda neste ano a mudança da atual sede na Univates, em Lajeado, para o antigo pré­dio da Cervejaria Polar, em Estrela. Porém, Moresco deve manter a unidade na região alta. “Mas vamos realizar reuniões em diversos municípios”, garante.


Bacci para Federal

Diretor Geral do De­tran/RS, o ex-deputado estadual e ex-deputado federal Enio Bacci (PTB) deve buscar novamente uma vaga na câmara dos deputados em 2022. Nos bastidores, o ex-pedetista é anunciado como nome cer­to na briga pelos votos no próximo pleito. Bacci foi o último deputado federal e o último deputado estadual eleito no Vale do Taquari. Entretanto, não teve êxito no pleito de 2018, quando tentou a reeleição à assem­bleia gaúcha.


Progressistas

No PP, o vereador de Estrela, João Braun, o presidente da Câmara de Lajeado, Isidoro Fornari, e o ex-prefeito de Imigrante e ex-presidente da Amvat, Celso Kaplan, são nomes “ventilados” para o pleito de 2022. Mas os três progressistas devem enfrentar forte resistência — interna e externa – na luta por uma vaga à assembleia gaúcha. Para a câmara federal, reforço, o nome de Marcelo Caumo (PP), prefeito reeleito em Lajeado, ganha força entre aliados.

Acompanhe
nossas
redes sociais