Sonegação ou desespero?

Opinião

Thiago Maurique

Thiago Maurique

Jornalista

Coluna publicada no caderno Negócios em Pauta.

Sonegação ou desespero?

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O ano de 2020 foi marcado por um recorde no número de empresas abertas no país. Os mais de 3,3 milhões de novos CNPJs podem trazer a ilusão de que a crise da pandemia serviu para impulsionar o empreendedorismo. Essa não é a realidade.

Quase 80% dessas novas empresas foram abertas na modalidade Micro Empreendedor Individual, o famoso MEI. Criado para tirar da ilegalidade os milhões de negócios informais do país, o MEI é importante ferramenta para geração de renda. Mas, acaba também se tornando mecanismo de sonegação fiscal.

O alerta partiu dos empresários contábeis Rui Mallmann e Valmor Kappler, na Rádio A Hora. Muitos empresários aproveitaram a modalidade para reduzir a carga tributária, o que não seria problema se a empresa em questão se encaixasse no valor máximo de arrecadação permitido, hoje R$ 81 mil por mês.

Para burlar a regra, esses empresários abrem mais de uma MEI, usando nome de familiares ou terceiros. Assim, pagam uma taxa de cerca de R$ 60 por mês para cada CNPJ envolvido na operação. Uma forma desonesta de fazer negócios.

É nefasto porque desvia a finalidade de uma ferramenta importante para a redução da enorme desigualdade social braileira. Indecoroso, porque proporciona uma grande vantagem competitiva na comparação com empresas que pagam seus impostos corretamente.

O avanço dos MEIs também é um sinal de desespero dos mais de 14 milhões de desempregados. Sem perspectiva de uma recolocação, boa parte deles encontra no “empreendedorismo por necessidade” uma forma de colocar comida na mesa. Para eles que o MEI foi criado e a eles deveria continuar pertencendo.

Boa Leitura !

Polo de Pato Branco inspira Encantado

A Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E) e o Comitê do Futuro integraram comitiva que visitou a cidade de Pato Branco, no Paraná. Referência em inovação, tecnologia e incentivo ao empreendedorismo, o município paranaense serve de inspiração para Encantado.

Presidente da ACI-E, Maria Cristina Castoldi afirma que visita serviu como um alerta. Segundo ela, Encantado precisa buscar uma metodologia apropriada para o desenvolvimento, com planejamento estratégico de longo prazo e adesão do poder público, entidades, acadêmico, empresas, líderes comunitários e a sociedade.

Proposta nesse sentido visa viabilizar parcerias público-privadas em programa de desenvolvimento local. Vai na mesma direção do Inova.RS e do Pro_Move Lajeado: abrir o município para as formas de fazer negócio consagradas no Vale do Silício e replicadas em diversos polos de tecnologia – entre eles o de Pato Branco.

Conhecer exemplos próximos e distantes é um passo importante, mas a principal crítica às iniciativas já existentes na região e no RS é quanto a lentidão.  A chave é sair do discurso e agir.

Marcante e Atual

“Eu conheço um pouco das outras regiões do país, e ter um complexo como o da universidade em Lajeado é impressionante, ainda mais porque ela abrange todas as cidades da região. Não vejo como uma pessoa ou uma comunidade pode progredir sem estar ligada ao meio acadêmico, sem estar na universidade buscando novas informações e oportunidades” – Neori Ernani Abel  Presidente da Sicredi Ouro Branco, em entrevista para o Negócios em Pauta de Fevereiro de 2019.

Cursos para produção de alimentos e bebidas

As indústrias de alimentos e bebidas são o foco de dois novos projetos online do Sebrae RS voltados para diferentes fases do negócio. Um deles, chamado Start, se destina a quem está começando um negócio e foi elaborado para preparar comercialmente os empreendedores por meio da adequação de modelos de negócios e da implementação de estratégias comerciais.

Já o Aceleração Comercial conta com ações de melhorias e estratégias para dimensionamento de resultados e adoção de novos modelos comerciais para atuação nos diferentes canais de venda. Os dois projetos ocorrem de março a setembro e também ajudam na preparação para acesso a mercado, com participação em feiras e eventos do setor além de informações sobre as tendências do setor. As inscrições podem ser feitas até o final de fevereiro, no endereço:  https://conhecimento.sebraers.com.br/lp/conexao-alimentos-2021/.

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